Quando os olhares não podem se encontrar...
Meiling Yukari
Tipo: Lírico
Postado: 09/01/16 17:48
Editado: 31/07/20 15:33
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 9
Comentários: 7
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Usuários que Visualizaram: 24
Palavras: 436
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Queridos leitores, escrevi essa pequena prosa poética, com a intenção de passar um sentimento de tristeza durante o desenvolvimento do texto. Espero que eu tenha conseguido. Mas, é melhor eu já avisar, que o final não é dos melhores... Eu tentei, mas acho que não ficou tão legal. Boa leitura!! Um abraço!

Capítulo Único Quando os olhares não podem se encontrar...

Aquele dia,

Foi a primeira vez que eu te vi.

Eu e mamãe estávamos terminando de almoçar,

Você e sua mãe haviam acabado de entrar no restaurante.

Sua mãe disse "oi" para minha mãe,

Minha mãe respondeu "oi",

Eu apenas acenei com a cabeça,

Você nem sequer olhava em nossa direção...

Duas semanas depois daquele dia,

Eu e mamãe voltamos ao restaurante.

Assim que entramos olhei para as mesas do fundo,

E lá estava aquela mulher,

E lá estava você.

Eu e mamãe pegamos a comida, nos sentamos e almoçamos.

Enquanto comíamos eu não conseguia tirar os olhos de você...

Pode parecer estranho, não sei, mas,

O modo como sua boca se mexia enquanto você mastigava,

Simplesmente me fascinou...

Logo vocês terminaram o almoço,

E para sair, tiveram que passar pela nossa mesa.

Sua mãe se virou para nos cumprimentar,

E nessa hora, pela primeira vez

Meus olhos se encontraram com os seus...

Você não disse nada, nem acenou com a cabeça,

Apenas se virou e saiu andando.

Depois desse dia,

Acho que demoramos algumas semanas para voltar ao restaurante.

Você e sua mãe estavam saindo,

Enquanto eu e mamãe estávamos entrando,

E novamente sua mãe falou "oi" para minha mãe.

Estávamos frente a frente,

E nessa situação

Não pude deixar de reparar em cada detalhe de seu rosto...

Provavelmente eu te olhava com uma intensidade perturbadora,

Você me olhava com indiferença...

Após alguns segundos,

Nossos ombros se tocaram,

E quando olhei para trás

O último detalhe que consegui ver

Foi sua blusa,

O uniforme cinza do Colégio ---------.

Na semana seguinte

Aconteceu o contrário,

Eu estava terminando de beber meu suco

E você estava entrando com sua mãe.

Nesse dia você não olhou nem uma única vez em minha direção,

Então eu prestei bastante atenção em sua roupa:

Blusa azul marinho do Colégio ---------,

Bermuda branca e um tênis branco.

Minha mãe pagou a conta,

E eu olhei uma última vez em sua direção.

Você estava com os olhos fechados,

Tinha uma expressão serena no rosto,

Fiquei feliz por ter visto isso...

Demorou quase um mês até que voltassemos ao restaurante,

E nesse meio tempo

Eu resolvi perguntar para minha mãe:

"Mãe, quem é aquela mulher

Que você sempre fala "oi" no restaurante?"

Ela me respondeu:

"Aquela mulher é nossa prima".

Nessa hora

Senti como se tivesse levado um tapa,

Daqueles que ardem até sua alma.

Será que eu terei de desistir desse amor?

Sim, talvez nem seja um amor verdadeiro...

É apenas um louco fascínio,

Uma louca vontade de te olhar,

Um louco desejo,

Um desejo proibido...

Uma chama

Que terá de ser extinguida...

Para sempre.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Muito obrigada a quem leu!!! *-*

Apreciadores (9)
Comentários (7)
Comentário Favorito
Postado 10/07/16 14:56

SATÃ! Preciso reduzir/anular minha monstruosidade ao ler as obras dos demais autores deste site... Conforme fui prosseguindo a leitura, imaginei que o garoto fosse um psicopata canibal que terminaria devorando a protagonista para demonstrar-lhe seu apreço (algo como vi no mangá Toriko)...

Este tipo de romance não me causa repudio, pois me arremete a filmes como "Doce Novembro". Com uma narrativa fluida e descrições precisas, a senhorita conseguiu (ao meu modesto ver) criar expectativa de que algo iria aflorar entre ambos,a despeito da apatia inicial do jovem. Todavia, tal qual a vida real, além de nada mudar, há uma revelação no final que impossibilita quaisquer progressos (e meio que coloca em dúvida se é amor ou apenas obcessão se travestindo deste sentimento).

Vale lembrar que muitas pessoas (eu incluso) não veem problema algum em se relacionar com primos (em casos extremos, mesmo com os ditos "primos de primeiro grau", cujos filhos correm sérios riscos de nascerem com doenças e/ou deformidades por conta da união de genes tão semelhantes). Este texto levanta uma questão interessante neste quesito, ao meu modesto ver, embora a reciprocidade aqui tenha passado BEM longe...

Meus sinceros parabéns, Srta Meiling! É um texto curto, muito bem descrito e de deleitável leitura com um desfecho triste, todavia necessário. Apeteceu-me!

Atenciosamente,

Um ser que ninguém enxerga, mas na Escuridão a todos observa, Diablair.

Postado 14/07/16 15:21

Querido Diablair, saber que você gostou de minhas obras, e ler esses maravilhosos comentários, foi para mim um magnífico presente de aniversário!!

Seria realmente adorável um desfecho no qual o garoto psicopata canibal devorasse a protagonista! Uma pena que eu não tenha tido a capacidade de conceber algo assim... hauahuahauha

Adorei sua perspicácia em dizer que o sentimento da protagonista é apenas obcessão se travestindo de amor!

Eu particularmente também não vejo problema algum em relacionamentos consanguíneos, seja entre primos distantes, proximos, ou até mesmo entre irmãos (neste caso, eu apenas aconselho a não terem filhos, pelas prováveis doenças/deformidades).

E ouso dizer, que algum dia me aventarei a escrever sobre um relacionamento incestuoso entre irmãos!

Muitíssimo obrigada Diablair!!!

Postado 14/07/16 19:48

Pelo Inferno! Juro que não sabia de tal evento! Meus parabéns, Srta Meiling! Eu quem lhe agradeço por compartilhar de seu talento e criatividade conosco! Gratíssimo igualmente pelas insidiosas revelações! Certamente obras mais "polêmicas" se fazem necessárias para que a Roda da Escrita e da Imaginação permaneça girando!

Desde já, desejo-lhe toda a boa ventura e inspiração nesta futura empreitada!

Postado 09/01/16 21:26

Ah, amores proibidios... Como eu gosto de ler histórias assim :')

Ficou bom sim, moça! Curtinho, mas bom ^^

Postado 12/01/16 16:51

Agradeço muito pelo comentário, e fico muito feliz que você tenha gostado :)

Um abraço ;)

Postado 13/03/16 09:57

MUITO bom!

Eu não curto muito romances, mas com esse final é 10/10.

Ps: Ficou muito bom, SIM!

Postado 26/06/16 15:15

Fico feliz que você tenha gostado, mesmo não curtindo romances ;)

Um abraço!

Postado 15/03/16 14:39

Matar o amor pode ser difícil, mas talvez nesse tipo de caso seja uma das opções. Até porque o garoto nem lhe olhava também :(

Muito bom <3

Postado 26/06/16 15:16

Obrigada pelo comentário!!

Sim... matar um amor nem sempre é fácil, porém as vezes é necessario que assim seja...

Um abraço :)

Postado 07/04/16 19:36

Mulher do céu p-e-r-f-e-i-t-o! seu texto ;--;

Postado 26/06/16 15:17

Muito obrigada moça!!! Sinto-me extremamente agradecida pelo seu comentário!!

Um abraço :3

Postado 27/06/16 09:17

Ah! Que lindo, uma história apaixonante. Que viva o amor!

Postado 27/06/16 15:41

Agradeço muito pelo comentário!!! Obrigada por gostar do que eu escrevi =D

Um abraço!

Postado 22/11/17 18:55 Editado 22/11/17 18:56

Srta.Meiling, é sempre uma honra ler suas grandiosas obras!

Sendo prosa poética, conto ou crônica e afins, você nunca deixa de me surpreender. Principalmente por ser sempre polêmica. Depois de Luci Lucy, essa obra só confirma esse meu pensar. Não, não é um problema. Muito pelo contrário! É maravilhoso! E eu amo polêmicas, rs.

O poema em si é encantador. Parece que estamos acompanhando o primeiro amor secreto do eu-lírico que, mesmo não vendo sempre seu amado, aproveita 100% quando o encontra no seu "ponto de encontro".

O final me deixou boquiaberta. Juro, pensei que ele poderia ser N coisas, até um garoto que só ela conseguia ver, mas o que tu criou foi ainda melhor que isso. Mas, novamente, quero dizer que não escolhemos quem amar. Nosso coração é inocente, não olha raça, gênero e muito menos parentesco.

Meus parabéns por essa obra maravilhosa, minha querida!

Abraços da Ternura.

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Postado 23/01/19 20:00

Querida senhorita Sabrina!

Tanto tempo depois, agora estou respondendo este seu lindo e incrível comentário...

Quando escrevi essa história, em 2014, eu ainda tinha um pouco de medo de mostrar abertamente as polêmicas que passavam pela minha cabeça rsrs

Os anos foram se passando e o pudor foi desaparecendo... até que surgiu Luci Lucy!!

Acho interessante pensar e escrever sobre temas polêmicos rsrs

Te agradeço muito por você ter dito palavras tão bonitas sobre minhas obras!!! <3

A senhorita é uma das autoras que eu mais admiro nesse site, pois você consegue ser uma escritora muito versátil, vai desde a mais terna fofura até a mais extrema maldade hahaha e eu acho isso tão incrível *----*

Um abraço, super atrasado,

Meiling :3

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