Os mortos é que sabem
Eurynoumous
Tipo: Lírico
Postado: 25/04/17 00:11
Editado: 27/04/17 22:59
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 54seg a 1min
Apreciadores: 3
Comentários: 3
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Palavras: 145
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Os mortos é que sabem

Situações limites requerem versos limites.

Dizer algo que preste é mais raro do que dizer algo que preste.

Às vezes, a palavra vem.

Outras, é preciso seguir o rastro.

Lembranças... Resquícios de espermas do inconsciente...

Amores batidos...

Dizer algo que preste é mais raro do que dizer algo que preste.

É preciso tapar o sol com peneira pra entender a mecânica do impossível.

Vagar pelo Facebook e descobrir o tédio e trepar com o tédio e morrer com o tédio e por fim renascer

com o tédio.

Pra encontrar a hipotenusa dum poema

Procura-se o verso oposto e o sentimento adjacente.

Dizer algo que preste é mais raro do que dizer algo que preste.

Às vezes, o silêncio é maior do que todos os poetas juntos.

Os mortos é que sabem.

Os vivos se rebolam, porque vivos.

Se os mortos pudessem escrever versos

Não escreveriam.

❖❖❖
Apreciadores (3)
Comentários (3)
Postado 25/04/17 00:28

Seus versos e os sentimentos (ou a ausência de alguns deles) a que eles arremetem me fazem recordar uma prssoa que, de fato, nunca esqueço. Não completamente.

Este tipo de texto para mim não deve ser explicado ou mesmo debatido. Apenas sentido, absorvido e, por fim, degustado.

Mas, tal tarefa/prazer é algo tão peculiar quanto quem busca... E quem o compôs.

Parabéns pela poesia excêntrica (para mim de um modo positivo, ouso dizer), Sr Eurynounimous!

Atenciosamente,

Um ser morto em vida, Diablair.

Ps: alguns dizem que os mortos não falam pois estão ocupados demais gritando... Seja lá o que isso signifique.

Postado 25/04/17 12:24

Eu queria dizer algo, mas realmente não sei o que dizer. Acho que é como o moço disse, é para sentir, absorver e degustar. (mas acho que nossas definições disso são um pouco diferentes, embora ambas sejam positivas!)

Gostei bastante! Parabéns!

Postado 25/04/17 22:07 Editado 25/04/17 22:08

"Se os mortos pudessem escrever versos

Não escreveriam."

Escrevem sim, tanto que Chico Xavier ta aí pra mostrar, hehehe :p

Caramba, que texto reflexivo da porra. É um desabafo e tanto, que mostra como o eu-lírico está descontente com tudo que tem ouvido nessa vida. São palavras vazias e hipócritas que ganham força e apelam para uma melhora do mundo, a qual não virá só com palavras.

É... o silêncio é uma dádiva. Algo que soma. Embora falar também ajude, mas é como o eu-lírico diz: tem que ser algo que preste, mas isso é raro.

Olha, curti pra caramba. É um poema extremamente bem bolado. Sente-se facilmente todo o peso que o eu-lirico sente nas costas e isso é por conta de uma narrativa muito bem trabalhada. Os versos que você utilizou também estão de tirar o chapéu. A correlação com um triangulo retangulo tá genial!

Parabéns por essa grande obra!