Ganho pouco e me nego a pagar uma fortuna por um prato de comida todos os meios dia num restaurante. Mas querer poupar no almoço faz o vivente preparar a refeição junto do William Waack — eu falei Waack, não leiam Bonner. Por isso, qualquer coisa feita de qualquer maneira está extremamente satisfatório após um dia intenso de trabalho e estudo; pode ser arroz branco com ovo e mais nada — o sono bate forte nesse horário, infelizmente. Mas hoje eu cheguei “cedo” em casa e pude acompanhar a última parte do capítulo da novela — a propósito, como andam ruim essas novelas! Portanto, decidi que não iria comer mal no dia seguinte e resolvi fazer um almoço caprichado: arroz com molho de carne e batata — devo admitir que o molho já estava pronto, pois sobrou do fim de semana.
Assim, me coloquei a preparar O arroz! Primeiramente, piquei um dente de alho com pele e tudo — minha avó assim o fazia, pois ela afirmava que os nutrientes aí estavam. Segundo, coloquei um comprido e espesso fio de azeite de oliva na panela — tenho que esvaziar a garrafa o quanto antes desse negócio que eu nem imaginava que vencia. Terceiro, adicionei o alho com uma pitada de curry — para dar uma apimentada no negócio. Quarto, adicionei o arroz e o fritei por alguns instantes. Por fim, adicionei a água. Depois desse passo a passo, me coloquei a esperar a água secar. Passaram-se dez minutos e voilà: o arroz maravilhosamente temperado aí estava. Mas faltava o mais importante: descobrir o sabor dessa delícia.
Cara... que decepção! Que frustração! Puta merda, como posso ser tão fracassado? Ao deixar o arroz tocar a língua, senti de cara que tinha esquecido do sal. Gente, isso é tão decepcionante... Tentei remediar adicionando o sal depois do arroz pronto, mas ficou longe de estar bom como deveria estar. Sério, que vontade de jogar tudo fora! Sorte ou azar, o sono apertou violentamente e decidi que essa coisa remendada iria ser meu almoço no dia que se aproximava.
Não adianta, quando o cara tem essa forte mania de economizar e é um completo lascado, ele se obriga a viver essa vida insossa.