É! Quatro Natais! Pode vir Vicente! Estou pronta para aceitar o pedido esperado por toda garota que sonha com véu e grinalda.
Como em todo ano já escrevi meu pedido de Natal.
"Neste Natal eu, Natalie, quero ser pedida em casamento!"
Selei com um beijo e o guardei na caixinha de desejos Natalinos.
Pra ser perfeito não podia ser antes e nem depois, tinha que ser no Natal, por isso como uma boa namorada que sou e sabendo que a mente masculina é tipo mente de peixinho, resolvi dar uma mãozinha. Passei meses dando dicas e falando o quanto o Natal era importante pra mim. Na minha última artimanha juntei alguns cartões de visita de joalherias e discretamente os coloquei na bolsa do notebook dele. Deu certo, eu só não imaginava que ele me ligaria horas depois perguntando se tinha sido eu que havia colocado os cartões lá, quase engasguei ao negar descaradamente, mas acho que ele acreditou.
Quando a data chegou me mantive o menos ansiosa possível, porém uma mensagem naquela manhã me fez quase enlouquecer. Era da minha amiga. Soltei um gritinho de vitória e acabei caindo da cama ao rolar euforicamente.
Exagero?! Claro que não! A mensagem dizia que ela tinha visto ele sair de uma das joalherias. É ou não é pra ficar piradinha?!
Naquela noite linda eu olhava a todo instante para a árvore repleta de presentes. Qual seria o meu?! Todos pareciam tão enormes. Talvez esteja no bolso, nos filmes eles sempre tiravam do bolso. É! Definitivamente deve estar no bolso.
Após a regressiva Vicente me levou para a sacada. Que fofo! Ele queria privacidade. Respirei fundo quando me pediu para fechar os olhos e abrir as mãos firmemente, minha resposta estava na ponta da língua.
Seria ouro?! Quantos Quilates?!
Chupa tias encalhadas! Vão gorar outro casal agora!
— Feliz Natal minha linda! — Ele sussurrou depositando algo em minhas mãos.
Caramba! Pesado demais para uma aliança. Será uma pegadinha?!
"Vamos espírito Natalino! Não me abandone!"
Abri os olhos e então... meu mundo caiu! Não era um que late. Eram dois... dois que latem, que lambem, que mordem.
EU VOU É MORDER VOCÊ, VICENTE!
— Ca-cachorrinhos?!
— Gostou?
— Muito! — QUE MENTIRA! — Era tudo o que eu queria na minha data especial — FALA SÉRIO?! — O que seria melhor que isso?! — UMA ALIANÇA?!
Coloquei a caixa no chão para o abraçar. Tudo bem que combinamos que quando fossemos casar compraríamos dois, mas que tal a aliança primeiro?!
— Você não gostou!
— gostei sim!
— Amor, vai ver os cachorrinhos.
— Eu já vi Vicente! — NÃO FAÇA EU TE BATER!
— Olha direito Natalie.
Agachei até eles. Ok! Eram fofos! Acarinhei o de coleira natalina com um pingente brilhoso.
Espera um pouco. Olha direito Natalie!
Céus! Aquele brilho era... a magia do Natal materializada, sorri para ele que me olhava bobo, tirei a aliança e sem lhe dar a oportunidade de pedir repeti dezenas de vezes sim pulando desajeitadamente em seu colo.
Viu?! Eu não disse?!
Se para o Natal for pedido, então será concedido!