Quando éramos crianças, você sempre zombava de mim: me chamava de macaquinho, crioulo, filhote de urubu, essas coisas. Sua frase favorita após os insultos era "eu não queria estar na sua pele, seu preto nojento!", lembra?
Você foi embora quando tínhamos uns doze anos. Mas, nunca te esqueci. Nem de suas palavras.
E agora, aos vinte e cinco anos, nos reencontramos e aqui, neste armazém abandonado, realizei meu sonho: com o auxílio de uma faca e muita paciência, eu estou na sua pele.
Ficou um pouco apertado, mas até que fico bem de branco... Não acha?
Te vejo no Inferno.