A muito tempo ouvi dizer que o inferno era tudo aquilo que se pode ver, e que o céu era o maior prazer.
Naquele lugar, um canto escuro do meu quarto,
lá estava eu chorando por ter perdido algo que nunca foi meu.
Ela me deixou, Me deixou naquele inferno,
Um lugar tão singelo, mas tão cheio de terror,
Escuro, úmido e sombrio,
Nadava em minhas lágrimas tão humanas quanto meu sentimento de ódio,
No marco da minha decadência, no antro do meu sofrimento, no museu das minhas memórias decidi,
Não ia mais sofrer por alguém sem uma porcentagem de QI,
Minhas lágrimas engoli,
Levantei-me, saí dali.
Do inferno fui para o céu, um lugar sem nenhum 'vão prazer', tudo é permitido, amargo ou ardido,
Com uma arma em minhas mãos senti-me o próprio Belzebu, sem medo de ferir, sem medo, grandioso e inponente,
Seu sangue quente escorrendo do corpo frio era tudo que eu precisava,
Estava eu como um ser elevado, cheio da glória, que havia superado,
Ela estava sozinha comigo no meu céu,
mas, por que não chamar o Miguel?
Com um telefone na mão começo a atuação
"Venha aqui! Algo aconteceu com a Ana! Preciso de tua ajuda!"
Nunca foi tão fácil a alguém persuadir...
Logo logo lá estavam eles, enfeitando meu céu, que um dia foi meu inferno, mas que um agora parece mais um açougue.
Um lindo açougue por sinal.