Desejava dar importância.
Desejo mesmo. Desejo querer sorrir quanto te vejo do outro lado da estrada ou quando nos cruzamos numa rua movimentada como aquelas cenas de filmes americanos. Queria imenso poder dizer-te que me importo, que quero saber como estás e de como a tua vida está a correr. Mas a verdade é que isso não me interessa mais. Interessou quando me deste as mãos, quando me beijaste em publico e quando saíamos com nossos amigos. Importou sim quando partilhávamos um quarto, o pequeno-almoço e um apartamento bem decorado com memórias.
É sério quando digo, eu queria mesmo importar-me o suficiente para parar e te sorrir e falar sobre como andam as nossas vidas e do meu novo apartamento, do meu novo namorado, do meu novo eu. Mas a verdade é que não quero. Não porque estou chateada, magoada ou amargurada, apenas porque não me interessa mais a tua opinião ou ver o teu sorriso. És apenas mais uma daquelas na multidão ofuscada pelas gostas da chuva ou pelo brilho intenso do sol.
Não te odeio, não te desejo mal. A vida é que apenas segue em frente e eu faço o mesmo respondendo ao teu aceno com um sorriso breve e continuando a andar.