(Mano)ella (Em Andamento)
Shizu Devastir
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 20/03/17 07:27
Editado: 10/06/17 21:12
Qtd. de Capítulos: 4
Cap. Postado: 20/03/17 07:27
Cap. Editado: 25/03/17 11:47
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 8min a 11min
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Total de Visualizações: 2058
Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 1425
Não recomendado para menores de dezoito anos
(Mano)ella
Notas de Cabeçalho

Apresento a vocês o meu romance semcompromisso.

~Tam tam~

Tem algumas palavras chulas, pode?

...

cartapácio (substantivo masculino)

1. carta ('mensagem') muito grande.

2. livro de lembranças ou apontamentos.

~ou seja, é um um livro que (tenta) organizinar várias cartas escritas à mãozinha~

...

Espero sinceramente que gostem da Ella. Porque eu goste...

<3

Cartapácio, capítulo 1 ...

Estou aqui em uma casa grande, totalmente planeja por mim. Dois andares com garagem subterrânea, moveis refinados, decoração simples e silêncio contagiante. Tudo o que sempre quis, uma casa calma. Longe de pessoas irritantes, o local prefeito para soltar meus pensamentos e chorar sozinha sem ninguém para acabar com a pouca paciência restante, com frases do tipo: "Está tudo bem?", "Não chora", "Você é bonita, não fica assim"...

CARALHO! Se eu estou chorando, nada está bem! E depois, não quero que fiquem me dizendo para não chorar! As vezes tudo transborda e tem de sair para fora...

...

Nesse momento, não existem nenhum fantasma para me assustar, que tédio.

Por que eu apaguei todas as luzes da casa, mesmo? Existe tão pouca luz que ousa entrar pelas janelas. Dá para notar de longe que a solidão mora aqui.

A sombra de uma pobre alma ofusca o vidro fosco da janela encontrada na porta velha.

Veja! É mais um ser, que veio me procurar...! Meu coração esta batendo mais forte... Que momento de pura esperança e desejo: "-Fique! Me note chorando aqui, neste assoalho de madeira vermelha!"

Um piscar de olhos!

Igual aos demais, foi embora, me deixou.

Acreditou mesmo nas minhas mentiras.

Queria que alguém realmente me conhecesse, queria que alguém tivesse o interesse em me conhecer de verdade.

Essa pessoa saberia que a única coisa a fazer era sentar a porta e esperar o tempo que fosse até eu ir chorando e abraça-la por ser a única alma viva a entender; quando minto e quando falo a verdade.

Mas, não a um ser que desconfie. Eu acho.

Está tudo escuro, mesmo assim estou aqui: -Olá, velha amiga. Como foi seu dia? Espalhou muita solidão por ai ou aqui? Os corações de hoje em dia são cada vez mais frágeis...

A solidão me ama... É cada sorriso malicioso que ela me dá.

...

Quando você tenta achar um amigo, aonde procura primeiro? Na casa da pessoa em questão? Por que a minha casa é a ultima opção? Eu não moro no hotel central da cidade insuportável...! Sabe? Tenho uma casa... Linda e perfeita como o receptáculo que minha alma ocupa.

Isso me lembra, por algum motivo aleatório, de uma briga que tive com a vizinha da frente de minha casa. Velha desprezível! O marido não tem mais gás e não a satisfaz, por isso, fica cuidado da vida dos outros. Como foi que ela me abordou, mesmo?

"-Olá, querida vizinha... Olá rapaz, deve ser o namorado dela?" -solta uma risada, falsaaa!

"-Oi, senhora. Eu? Namorado dela? Quem dera." -risadas de tristeza por não ter o (DES)GOSTO de me namorar.

"-Senhora Machado, acho que deveria deixar os meus... hum... ROLOS!" -risadinhas de deboche. -"Bem longe da sua visão. Penso, até mesmo, que seria melhor cuidar mais aonde a sua filhinha prodígio vai" –sorriso de culpa no cartório, mas sem arrependimento. Até parece que eu vou me sentir culpada por usar aquela garota. "-Se eu soubesse que ginastas fazia 'coisas' interessantes, nossa! Teria dado o que ela queria antes" –sabe aquela vontade de não parar de ri? A velha fez uma cara hilariante. Caramba! A filhota amada não sabia aonde se esconder, mas fazer o que? A morte é atraente! O desconhecido, também.

"-Como?"

"-Foi uma ÓTIMA conversa, mas agora eu tenho um compromisso com o meu amigo. Diga para sua cria que se ela desejar pode participar não sou ciumenta, beijinhos e até nunca mais. Porque da minha vida cuido eu..."

De fato, posso ter exagerado. Mas, foi pouco. Eu sei, e ninguém precisou me contar, aquela mulher de 40 anos destruiu o primeiro casamento de seu esposo com uma gravidez indesejada. E agora, paga de santa todos os domingos na igreja. A alma dela está pobre, chega a feder. Mas, não chega a um quinto da podridão da minha.

Mais um diluvio de pensamentos e erros bobos me invadem, descendo garganta a dentro; raspando todas as paredes que levam da boca ao estômago. Isso arde!

Um carro cheio de adolescentes aparece para jogar um pouquinho de luminosidade, que desperta o triste piano. Nossa! Estou cega?!

-O meu amado piano! Não me tente assim! Eu só consigo tomar a mesma melodia, a tanto tempo. Vou prometer-te que se conseguir uma nova composição, volto a fazer música nas suas teclas pretas e brancas...

...

-Mas, antes! Devo comer... Que fome.

Coloco em uma bolsa: chaves, carteira, celular, isqueiro e cigarros.

Enquanto fecho a porta da minha casa, uma voz chama-me.

-Ella!?

-Carlos? -saltito os degraus da escada, que leva da porta principal ao portão.

-Não a vi o dia todo, fiquei preocupado. Está tudo bem? Ou aqueles sujeitos voltaram a incomodar?

Carlos havia me ajudado a algum tempo atrás com alguns velhos amigos vingativos. Desde então, ele criou uma certa curiosidade em me conhecer de verdade!? Mas, não posso o corromper... É tão puro e inocente! Chega a dar água na boca, só em vê-lo de longe, que bela alma...

-Eu estou bem. Só estava trabalhando nos esquemas do novo condomínio, não vão ficar prontos sozinhos –semblante alegre e animado, cola em meu rosto cansado de mentiras.

-Não minta tanto, por favor...

Grita uma pata velha.

-Carlos!!! Sai de perto dela!! –aproxima-se, enquanto seu filho vaza, como água fugida entre os dedos de uma mão desesperada por causa da seca. -Não volte a falar com meu filho, sua corrompida! Não te nada mais útil a fazer?

-Na verdade, não! A minha casa está limpa, até demais. Meu trabalho está adiantado e meus armários estão cheios, acho que fiz tudo o que, a Senhora Oliveira, chama de útil. Não tenho nada para fazer ou me divertir.

-Sua prostituta depravada! -um nojo surge no rosto da gansa velha.

-Eu!? Não chego nem aos seus pés na adolescência. Correr pelada pela universidade foi a menor das suas "infrações"... -saio calmamente. -Sentir o vento em lugares onde normalmente não chega é bom, né? -jogo uma piscadela, por fim.

...

Se por ironia do destino eu fosse diferente, sem dúvidas, teria medo de andar a noite pela rua. Mesmo que o bairro onde moro, seja de cidadãos de classe alta, ele é pequeno e afastado do centro da cidade. Em resumo, as estradas que levam ao centro urbano são cheias de árvores e mato. Matar, estripar, sequestrar, estuprar, ocultar, namorar, ou seja lá o que for, se trona fácil de fazer aqui.

-Pelo menos tem asfalto... -deixo escapar um pensamento.

Um ser obscuro surge por detrás das minhas costas, que em resposta tiro uma faca da minha perna esquerda, esta estava guardada em uma bainha persa na coxa. Tudo escondido com a saia que cobria somente dois quatros das minhas pernas. Não estava frio...

Faço um movimento gentil e rápido colocando a lâmina da faca no pescoço do indivíduo, o que faz um fio de sangue fervente escorrer: -Quem é você? -brilham os olhos verdes do ser, alto.

-Calma, gatinha... -levanta as mãos para o alto e aproxima seu rosto, o revelando e raspando sua pele na faminta arma. Ele usava um blazer vermelho vinho com uma rosa branca, uma camiseta branca com listras vermelhas, jeans, sapato de couro marrom e uma tatuagem bem evidente; uma listra de um centímetro que dividia seu pescoço em 360°. Assim estava vestido: -Poderia tirar a sua amiguinha do meu amado pescoço, por favor, meu amorzinho?

-Ram... -retiro a mais fiel amiga e bebo o líquido nutritivo do charmoso pescoço na ponta dos pés e limpo da lâmina.

-Tome cuidado, é assim, que se faz um contrato -mexe em seus cabelos que tinham os lados pretos e o topo tingindo salmão.

Escondo a minha irmã, novamente: -Eu sei... -viro e prossigo em frente.

Aproximasse, colocando ambas as mãos em minha cintura e fala ao meu ouvido: -E é assim que me excita, está querendo algo?

-Eu sei disso também e não quero nada, só estou com fome –tiro suas mãos atrevidas do meu corpo.

-... -guarda as mãos nos bolsos da frente de sua calça, coloca-se ao meu lado e caminha observando tudo ao redor.

O silêncio só não reina, por culpa dos sapatos.

...

A poucos metros da civilização, o rapaz; amigo; amante; irmão; colega; me diz, antes de virar fumaça e sumir: -Minha casa está disponível e eu também, quando precisar pode contar comigo... Verdade! Ele me visitou...

Arregalo meus olhinhos escuros: -Quando?... -Só risadas sobraram no ar.

...

Que cidade suja.

"Acho que devia falar mais um pouco sobre a minha vida, despejar em você folha de papel em branco... Algumas verdades e contos ocultados de meus familiares falecidos. [...]"

❖❖❖
Notas de Rodapé

Será um "romance" curto... :(

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