Máquina do Tempo
Francisco Calado
Tipo: Lírico
Postado: 19/03/17 14:33
Editado: 19/03/17 14:34
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 20seg a 27seg
Apreciadores: 4
Comentários: 3
Total de Visualizações: 1134
Usuários que Visualizaram: 5
Palavras: 55
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Máquina do Tempo

Volve o vinil à vitrola

com sua fome cíclica

de presente-passado;

a agulha proscreve dor

de chama em água,

mas o fantasma da flama

só reside às resinas

já não cristalinas

de dois polaroides míopes.

a noite me cai em disco,

brilhos, lacrimosos riscos,

no propósito único de girar,

me girar, voltar sem voltar – re:voltar

❖❖❖
Apreciadores (4)
Comentários (3)
Postado 19/03/17 23:34

Ah, a música... Como a vida seria sem ela para nos (des)/(re)confortar? Em melodias os gatilhos da memória e do coração se (con)fundem e nos levam para outros tempos, tanto os que já se foram quanto os que nunca seriam ou irão existir exceto dentro de nós...

Eu realmente me identifiquei e gostei deste belo e muito bem elaborado poema! Parabéns, Sr Furtado! Este poema é de uma sensibilidade e qualidade sublimes!

Atenciosamente,

Um ser que volta a voltar em sombrios/soturnos percurcos do vinil (e do MP3), Diablair.

Postado 22/03/17 00:27

Uma delícia de ser ler, esse seu poema. De fato, sensibilidade e qualidade sublimes! A aliteração logo no primeiro verso já me remeteu à agulha girando por sobre o disco.. E o restante da leitura foi realmente como parar e ouvir uma melodia agradável... Salta aos olhos a síntese com que escreveu... Isto é, grandes sensações com poucas mas precisas palavras.

Meus parabéns, uma excelente obra!

Postado 17/10/22 07:28

Não tenho certeza se entendi o que há por trás, porque não creio que esse texto falou apenas da música.

Mas mesmo sem entender a complexidade do seu pensamento, foi uma leitura agradável!!