“A mercadoria é o núcleo econômico do sistema capitalista e, enquanto ela existir, seus efeitos se farão sentir na organização da produção e, conseqüentemente, na consciência.” Ernesto Che Guevara
Ah, o Consumismo. Maravilhoso para todos (ou quase todos), considerado a maior fonte de liberdade. Melhor amigo do Capitalismo... Mas, liberdade de quê? Ora, mas que pergunta boba. É mais do que claro que tal palavra refere-se ao direito de comprar, gastar, possuir e usufruir – cada vez mais – de materiais.
Materiais esses que, poxa vida! São perfeitos! São magníficos; tão magníficos que cada vez desejo ter mais. E com isso, vou gastando. Vou comprando. Vou me atrevendo a entrar de cabeça nesse universo completamente prazeroso.
Oh! Mas que sapato esplêndido! Vai combinar com aquela bolsa rosa-choque que comprei semana passada... Oh, não, espere! Aquela bolsa nude da vitrine vai combinar ainda mais! O destaque vai ser todo do sapato.
Meu Deus! Mas que vestido lindo esse que está naquela loja! Preciso avisar para a Isabelle que ele está na promoção, assim como todas as outras peças! Ah, mas... Espere. Meu celular caiu no chão e trincou a tele. Joguei-o fora. Mas sem drama! Em dias, um iPhone 6S estará em minhas mãos, novinho em folha.
E então, deparo-me com uma senhora bem simplória ao sair da boutique. Enquanto eu estava cheia de sacolas, abarrotada de produtos novos para me exibir para minhas amigas, a velhinha não possuía nada que não fosse uma roupa humilde, um lenço na cabeça e uma bolsa já surrada pelo tempo.
Ela me olhou e sorriu. Um sorriso tão forte e seguro, tão feliz e encantador que... Todo esse meu mundo materialista, capitalista e consumista desmoronou. Senti as lágrimas tomarem meus olhos e minha cabeça doer.
Afinal das contas, por qual motivo mesmo eu tinha comprado tudo aquilo? Praticamente ter esgotado meus créditos do cartão? Me exibir, claro. Ser desejada e cobiçada.
Porém... Qual é o sentido disso tudo?