Na lã vermelha me enrolo,
A lã vermelha me enrola,
A lã vermelha me devora,
A lã vermelha me apavora.
A lã do carneiro, hoje tingida,
Amanhã trançada, talvez tricotada,
Paralisou-me, derrubou-me.
A lã vermelha é muito amada,
Mas poucos são os que conhecem os males da lã.
Ah... a lã vermelha,
Foi encontrada na telha,
A telha quebrada,
Que um dia foi barro, depois moldado e assado,
Foi quebrada por um menino,
Que ali perto jogava bola,
Era uma bola azul,
O pé jovem chutava com força,
Até que atingiu a telha,
Que quebrou.
Ah se eu não tivesse encontrado a lã vermelha...
Não precisaria eu fugir de seu calor artificial.