Há um incêndio em mim,
Toxina mortal nos poros,
Pensamentos exóticos.
Que seja assim...
Sem sócios e velas,
Mergulhados em telas
De animalesca cenas febris
Inundando-me os dias.
Que sinta por fim...
No contraponto das nuances
A vida em micros detalhes,
Lentos sábados pitorescos,
Momentos frescos.
De perto enfim...
O calor me consome plena,
O desejo me acena
Em descontroladas metáforas
Das tantas bocas e línguas.
Bala de festim...
Atravessado no compasso
A retração do amasso
Engolindo-me a alma
Ateando fogo na calma.
Há um incêndio em mim,
Devoração da carne sedosa,
Suculenta e saborosa,
Fantasias antropofágicas
desnudas e verborrágicas.
Finalmente...
O ritmo acelera complacente
E liberta vorazmente,
O silêncio do grito
No gozo agudo restrito.
Exótica toxina que incendeia.
(A.k.40)