V Capítulo - Enquanto o tempo não para
Andréia Kmita
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 02/03/17 19:23
Editado: 16/05/20 01:11
Gênero(s): Erótico ou Adulto
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 25min a 33min
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Não recomendado para menores de dezesseis anos
Capítulo Único V Capítulo - Enquanto o tempo não para

O Baile de aniversário da cidade, o noivado, os semestres da Faculdade, as poucas baladas; os muitos churrascos e jantares de família, amigos e vizinhos; novas rotinas, novos lazeres aprazíveis, pesca, acampamento e caça; um time dos campeonatos, dona de casa aos vinte anos, acentuando valores culturais, enriquecendo a linguagem, guardando outras, deixando o senso de observação crítico-analítico implícito, mas bufante; ainda ouvindo Elis Regina e Tom Jobim, Legião e Fagner, Mozart e Guns N’ Roses, dentro desse contexto afora, explora, amola, risca a rima e deixa o barco correr na Tempestade de Beethoven. Nada mal, ou tudo mal…. Tinha que ser assim, pois se de tudo se soubesse aos vinte ninguém casaria.

A reflexiva razão aguda, dela não há desvencílio, não se tem apagão do que fora feito aqui nesta Terra, nem o que não virou história; a mídia controladora é tão rata quanto propaganda de Coca-Cola, vicia, manipula-se por outros sentidos sinestésicos menos pela razão, expõe o que quer, do jeito que quer, ahhh…. Uma maravilha num cubo, mexendo os fios neurais dos bonecos ventríloquos de olhos estatelados, que se anestesiam com tal massagem de egos nos sofás. Ahh… O mundo e o Brasil, o Brasil e o mundo, e de fundo o eco que ecoa as verdades, Raimuunnddoo, Raimuunnddooo, aimuunnddooo, immuunnddoo, muunnddooo... mudo, mudo, mudo. Janeiros e suas retrospectivas; dia 10, a região sudeste do país é diagnosticada com epidemia de dengue e o governo é acusado de negligência. O governo é acusado de negligência desde 1570, caracas! Quem cobra isso? Quem encobre sabemos não é Babel?

Bella tem um casal na city que faz swing, tá sabendo? Primeiro, o que é swing Babel? Nunca ouvi falar nesse trem! Ó deixa eu explicar. Péra, depois, primeiro vamos terminar esta análise, o que estava dizendo mesmo, ah sim, quem encobre as sacanagens dos líderes brasileiros. Bom.... Morto, morto está, o povo chora e chorará; mas quem irá cobrar? Remédio adiantará depois da vida se apagar? A democracia deveria adiantar.... Para cada cargo uma responsabilidade, para cada responsabilidade uma cobrança, para cada cobrança uma punição, o ouuu, não é assim que funciona não? Não! Putz… Pra que serve a Constituição? Direito Penal, Tributário, Civil e o escambau? Ahhh…. Serve para os pobres e para leitura, tá certo Babel. Depois do segundo capítulo se cansa de ler, no terceiro desiste, ou no quarto? Ah tá, no terceiro um terço e no quarto resumo, beleza! Que podridão…. Calar-se é melhor? Nunca…. Quem cala consente, vishhhh… Vamos pra ruaaa povo de Deus! Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come; pois venha danado que o porrete já tá na mão.

Eita Bella! Nada de violência, calma, força da expressão, a palavra tem poder sabe né. Povo mal alimentado na esperança do biscoito de vento está começando, talvez, começando a saber por onde gritar. Exatamente por isso, que a palavra “talvez”, é considerada semanticamente uma hipótese provável do que supostamente pode vir a acontecer ou não. Ai CDF do cão, você podia ser menos inteligente Bella, uia babel eu leio, mas jogo bola também. Bem, as baixarias das rotinas diárias da família, do indivíduo brasileiro, são levadas a TV em programa livre e bate todas as audiências neste ano, roteiro de esgoto. Uia! Ôh povinho meketrefe também né! 1998, um ano que sonda cérebros. Babel, sabe que uma das identidades da sonda é sondar uma cavidade do corpo, e extrair dele o que não presta, evacuar o pus de uma ferida por exemplo, aquela secreção amarelada, às vezes esverdeada e preta repisada, viscosa e grudenta fétida que é resultado de uma baita infecção, que se produz no local da ferida, composta por glóbulos brancos e bactérias. Ecaaaa…. Calma besta quadrada, não grita! Quis especificar o provável para chegar no improvável, pelo menos do ponto de vista denotativo.

Neste caso, será que se colocarmos uma sonda no coração do Mundo, conseguiremos evacuar toda podridão dele? Utópico!? É… sei bem. Ponto de vista subjetivo causa impacto, mas não está impactado nos livros das Leis. Deixemos isso para a mesa de cirurgia, pois noutras mesas nem todos os eleitos Homens sabem usar bem um bisturi. E lá vem fevereiro meu povoooo…. É carna, é carna, é carnaval, val, val, uau, uau, uauuuuuu… Aê você gosta né dona Babel. Ecos sonoros das micaretas, mulherada pelada, punheta de rodada, madrinhas de bateria com as peitcholas de fora, seguraaaaaa pião! Abriu a porteira, tchê tchê tchê… E lá vem Maradona de camarote no vigésimo copo de cerva mais Edmundo, e lá vem Romário pela direita e a mulherada enlouquecidaaaa… seguraaaaa o charuto, vai caí, vai caí, vai caí, cai, cai, caiiii…. Caiu. Gennnttiiii…. Pasmei. Até tu Dercy de peitcholas de fora, cruzes. Xinga não mulé, óiaaa que coisa feia! Cruzes! Vai você, língua desenfreada, ochê, vô nada! Tá falando com quem Bella? Ôh múmia paralítica, contigo pela esquerda.

Tá difícil senhô segurá o vocabulário cô esse povo, eeeiiita. Sai fora… Carnario isso sim, o que Bella? Rio de Janeiro? Tá maluca!? No Rio Teles Pires, bem ali, mais tá; cú do mundo onde caiu a sandália de Judas, Lembra!? Quatro da madruga e o Salão de Festa da city ainda lotado, “mamãe eu quero, mamãe eu quero”, bordão de sempre; saindo respirar lá fora, encontro c’as amigas, tritrebadas, Babel e Nany trançando “mamãe eu quero mamá”, calma, muita calma; sentei, “me dá a chupeta” risos, gargalhadas, risos, gargalhadas, gritos, desacelera esse povo gentiii! Deixa afastar um pouco, afastando em um, dois, três, opaaaaa consegui; cadeira sobrando, ai que alívio, ventando, céu estrelado lindo, vishhh senhorr… O carro tá vivo! Contando, gentiii chama o Padre, vamos precisar exorcizar uns quinze carros nesse pátio. Os pobres estão pulando igual cabrito, fumaceou tudo por dentro, é alma, possuizou tudo! Vi isso não! Vi isso não, bebi pouco, péra aí, mais um gole; putz… não é que vi mesmo. Um casal correu pro carro do outro, eita carnacarro, “ carne da minha perna, carne da minha perna”, carne banalização, antropofagia na veia.

Que vocês estão falando gurias? Daquele casal ali no carro, são eles que fazem swing na cidade; putz gurias, não sabem falar de algo consistente não!? Bom, vou voltar a sentar ali mais um bocado. E “abre alas que eu quero passar e abre alas que eu quero passar”, meus pés estão pedindo salmoura. Casa, desintoxicação, televisão e o mês acabou. Vem março, vem bichinho, se acanhe não bichinho linduuuuu. Sequestro de fulano, ciclano e beltrano sucessivamente; EUA e suas bombas no Golfo Pérsico, seca arrebatadora, El Niño devastador, cidades saqueadas por todo Brasil, Professores Universitários em greve, incêndio gigantesco em Roraima, saiiiii março seu fio duma égua! Apruma, passa, passa, ligeiro, anda! Que lasqueira trem… Desce um guaraná aí chefia, vamos ver essa assinatura de ‘Acordo de Belfast’ de perto. Sei não hein, tenho minhas dúvidas utópicas dos abrils da vida. Partido boicota posse de Senador, morre ministro de doença pulmonar, morre deputado de infarto, vereador é morto em emboscada, opaaaa…. Esse abril tá virado torpedo, vou estacionar um tempinho aqui, vô nada, corre…

Frank Sinatra se foi “And now, the end is near/And so I face the final curtain.../I did it my way”, quisera eu fazer tudo do meu jeito. Estatais em leilão, privatização no governo FHC, 36 empresas vendidas e 21,8 (US$) bilhões na receita das vendas. Vidjhiii Poconéééé… Maio das profundezas. Bin Laden faz coletiva de imprensa, morreu, foto confirma; não, não, foto é falsa, tá vivo. Guerra no Vietnã ainda é uma ferida aberta, pesares e pesares nessa estrada. Vem julho de carona no tsunami, mata 1,5 em Papua - Nova Guiné; e no Brasil os remédios de farinha e convenções partidárias, conchavos para as reeleições, meleca! Mais privatização em julho, ninguém pode tirar férias mesmo, é piscar e o governo já vem lhe ripando, toma, toma, toma… Ai!

Nem falem de Copa que tenho uma convulsão psicodélica. Que medo do agosto, inundações na China, Bombas nos Estados Unidos, terroristas aterrorizando o mundo. Setembro vem vindo, escondeeee! Nasceu! Nasceu? Quem nasceu? Google nasce pro mundo, uiaaaa… Partido Social-Democrata vence na Alemanha, óiaaa só… Sai do buraco genteeee, o setembro tá manso… Pá… Tragédia no voo 111, cai avião no Oceano Atlântico, bomba, bomba, corre, pega o outubro no laço, arrepia vai… Fecha o olho, fechei, passou, passei, você viu? Vi o que trem, tu não mandaste fechar o olho, cacildis! Não conta! Eu sei, as pessoas se vão inesperadamente, parecem eternas, mas são de carne e osso. Lamento Tim Maia, Leandro e Nelson Gonçalves, poderiam ter ficado mais, Pol Pot foi tarde, se manda idiota.

Que ano hein! Não dá pra voltar pro carnaval não!? Ainda tenho que decifrar o poltergeist que estava naqueles carros. Central do Brasil vai deixar saudades, enquanto isso os Padres da aeróbica do Senhor arrepiam a história, iirruuuuu…. Há séculos que os cristãos não tinham tanta alegria na fé, nos últimos dois séculos, fé era sinônimo de dor, de esperança também, porém uma esperança movida pela dor, pela perda e pelo sacrifício, fazer algo difícil para alcançar a graça. Em contraponto Babel, o sexo deste ano está mexendo com os neurônios do povo, é o chicote da Tiazinha, o véu da Feiticeira, o Tchã solto no meio da rua uiaaaa…. Um ano de muita malícia e imaginação isso sim, até um milagre dos laboratórios surgiu na fé das orações eréteis, enfim o viagra, aquele remedinho azul sabe. Acabaram-se os temores e fracassos, mulherada vai a loucuuuraaa com a notícia, fisiculturismos abundantes, estriptize uiiiii… O povo tá surfando pelado, andando na rua pelado, fazendo afazeres de casa pelado, assistindo show pelado, isso nem é Woodstock, só para ficar claro. A nudez conquistou o gosto de boa parte da população, George Michael até foi preso de bunda de fora, carraaacaaasssss…. Perdi isso Bella, também né, você não assiste documentários e jornais, só assiste novela.

Deixa eu te explicar o que é swing Bella, espera aí Babel, olha essa. Sexo oral na Casa Branca, está em todas as manchetes do mundo. Eeeiittaaa Bella… O povo não deixa o Presidente em paz! É mesmo Babel, ainda tem um promotorzinho larápio, já gastou cerca de 40 milhões de dólares na investigação de uma chupeta, puta que pariu viu! Isso que é não ter o que fazer da vida…. Que motivo fútil para gastar toda essa grana, Báh! Bill Clinton perdeu créditos com os políticos, vai ao impeachment o pobre. Foi um boquetinho de nada, não foi Mônica chupinsky!? Mônica!? Cadê? Sumiu, deve ter embolsado a maior grana para entregar o vestido azul cheio de sêmen do Presidente para aquele promotorzinho pulguento, massacraram Clinton, mas ele começou a fazer macarrão com a esposa, cozinhando na TV, pronto…. Carismático demais, caiu nas graças da população. Já pensou Bella, Bill Clinton e Mônica Chupinsky se encontram no Brasil depois de babado na Casa Branca, afinal, aqui tudo se pode, todo mundo entra e sai sem maiores problemas, compra-se tudo, cala-se também.

É…. Nisso você tem razão Babel. O jeito é assistir um pornozinho, depois de tantos fatos, correria do caramba, morfina, parafina, Josefina… Clinton tirando fina, brasileína, cafeína, opaaa pa pa parouuu…. Senta aí meninas, vamos assistir um filminho, nada pesado, levinho. Babel a pipoca, faz aí; Nany tem refri na geladeira, traz os copos, aaaa… Madame, só mandando né. Ochê, tem tudo aí moçada, que horas a Mônica vem? Daqui meia hora ela disse, tá bom, ainda dá tempo de rolar um poker, eu não fumo já sabem, fumantes na área. Cruzes Bella vai transá! Nem parece que tá casada, cansei de pescar todo fim de semana e cuicá nos matos. Só em casa de boa, vocês vêm em casa e a gente faz uns roteiros diferentes. Que filme você trouxe Babel? Uns internacionais e outro das brasileirinhas, sei lá, fui pegando. Coloca esse, o cara é o maior gato, a garota é sem sal, mas manda vê, põe esse. Mônica chegou com Edy, ahh relaxa gente, Edy é gay e vamos dar é boas gargalhadas, aliás fazer várias perguntinhas. E o swing!? Cala boca Babel!

Entra aê gente, sabadão é nosso, já assistiram algo? Não, não; vamos começar agora com este, acho que é russo, ou alemão, não sei bem. Vamos lá, opa, começou. Olha, o cara é lindão Nany, mas a filmagem horrível Babel, dá pra ver a barba mal feita e as espinhas; ah lá vem a crítica da turma, cala a boca Bella e só assiste; não dá gente é mais forte que eu, meu pensamento maquina. Uia a secretária entrou na sala do chefe, bem típico. Que loira aguada, até que é bonitinha, mas o cara, putz tríceps do Stallone, ehh laiaa; abana a Mônica que já tá com tesão. Ops, as pastas caíram, coitada, também um salto 17 cm. O chefe bonitão vai ajudar, não disse, cala boca Babel! Ochê povo, tão óbvio. Deixa o cara pô, o roteiro já tá escrito. Hum, que beijo, uiii derrubou tudo de novo a moça, ôh Bella coloca legenda, não entendemos bulhufas de russo. Que estranho, os corpos encenam bem, mas a pronúncia não combina, risos e risos nem precisa. Psiuuuu, hummm dois peitos de fora já, mão na calcinha, rápido isso. Vejam o lado bom meninas, ele ainda está de roupas e ela seminua, isso conta muitos pontos a favor do rapaz; verdade Edy, preliminar é tudo. Coro da sala: Tudo de bom!

Carinhoso, toque suave, nada agressivo, debruçou-a sobre a mesa, pôs-se entre suas pernas, molhou a mão com a saliva da boca e fez um carinho com os dedos no clitóris. Até que pra uma atriz pornô ela tem a periquita clarinha, lisinha embaixo, pouca moita em cima, diferente. Bella, cruzes, você repara em tudo mulher!? Claro! Uii ele está descendo para os países baixos, já tá molhadinha né Babel. Cala boca Edy! Você não sabe o quanto isso é gostoso, a melhor preliminar é uma boa linguada, na verdade se tiver uma ressaca de linguada, fico noiva, caso, tenho três filhos e deixo ele pular a cerca muitas vezes. Eitaaa Babel, sensível você. Já vai se derretendo, meninas vocês sabem o quanto é difícil encontrar um cara que não queira só gozar, não é mesmo!? Que saco isso! Bando de primatas. Olha lá, que boca suave, pontinha da língua brincando com o clitóris dela entre os chupões que ele dá em seus beiços carnudos vaginais, ela sobe e desce, fibrila, saliva, deixando-a a se contorcer de prazer na mesa. Limpa a baba Nany, limpa a sua Bella, acha que não sei que por traz das suas análises a calcinha já não está molhada, ahhh tá sim.

Porra, que demora! Cala boca Edy! Uiii tá bom meninas, um coro de suplício desses, parei né. Ei Edy…. Que foi Bella? Você já chupou uma dessas? Ecaaaaaaa…. Que nojo! Nunquinha, posso morrer dura aqui. Vocês riem né suas vacas, sabia que ia rolar essa pressão hoje. Mas pô, o cara ainda tá ali. Ahhh isso é lindo! O cara vai fazer ela gozar primeiro, olha isso, que maravilha! Aposto que estão todas molhadinhas não é, putz Edy e como não, isso é raro! Tem uns caras que não tem paciência com a demora do orgasmo feminino. Não é nem a demora Babel, é a falta de sensibilidade mesmo, essa que estamos vendo. Algumas mulheres não demoram tanto, cada uma tem seu diferencial, aê… disse tudo Bella, coisas que observo “detalhes tão pequenos de nós dois”, ai Roberto fenomenal. Abaixa o som, os vizinhos vão achar que estamos na maior suruba aqui. Tá bom, tá bom! Olha só, que gozada deliciosa, senti aqui, uia Nany, mulé se atenha vice! Tem gente que vai a caça hoje, ahh se vai. Ih povo, me erra! Olha isso, ela gozou na boca dele e ele está ali ainda, fantástico, ôh senhor multiplica se for assim senhor, multiplica…

Ela se levanta, ele a beija, beija seus seios, enquanto sua calça é desabotoada, ficam nus, isso sim, esse é o processo. Que processo Bella? Processo natural das coisas. Que corpo, deus grego, Hércules loiro sem tranças, que bundinha linda, ai calor! Abana a Babel alguém, olha as pernas disso! 18 cm grosso e um gigantesco cogumelo rosado, ai senhor me leva, meee levaaaa pra essa tela, eu vou pular, eu vou pular. Para de chilique Edy, menina se comporta, tá certo o cara é gostoso, tudo de bom, lindo, tem uma preliminar dos deuses, bundinha graúda, penas torneadas, pênis grande delicioso e tal. Bella pode parar, análise anatômica agora não. Hummmm… penetração vagarosa, olha como eles se olham e a câmera foca certinho o encaixe, humm tem gente mordendo os lábios de sede de sexo, me erra Edy, ai Nany possuída, sei bem. Putz galera, não vamos assistir, vocês só conversam, calem a boca! Irriii… Mônica tá revolts.

De onde é esse filme mesmo, é alemão? Yes, is yes. Atraente o filme apesar de ser alemão. As mãos seguram-lhe a cintura esbelta, nenhuma marca de sol em ambos “Impregnada paz atraente dos vulcânicos sons adentro. Gemidos, suculentas vozes meticulosamente ferozes, hipnotizam em silêncio o transe como se houvesse... kamikaze”. Eu e meus pensamentos no silêncio da sala, o silêncio que foi exigido para esclarecer os ouvidos das cenas picantes. Penso eu “por não poderes desfrutar de minhas ideias. Tão concentrada e comedida cautela ao zelo da desconstrução poética”. E na nudez dos corpos mesmo em tela faz o pensamento brotar concomitante a imaginação na arte de observar, minúcia dos detalhes que envolviam aqueles corpos supostamente apaixonados em tela. Sabia que naquela sala deveria haver mais pessoas observando a cena, uns aproveitando da sacanagem, outros com olhar clínico da perfeição de um trabalho.

Perfeito! A câmera capturava não só a transa, mas também o desejo que emanava, quando uma gravação transmite esse desejo, não dá para não molhar a calcinha. O vai e vem do espesso e suculento pênis entre as pernas da atriz, a vulva a devorar o que lhe trazia prazer; ela poderia até ser namorada dele, noiva, esposa; ou talvez somente uma excelente profissional, dedicada a arte do sexo. Aceitar seu contexto, acreditar que nada é ingênuo, que sua tara é suficiente no processo sustentado pelo prazer, lubrificado por ele e de dentro dele poder explorar o tempo. Donos de si e da situação, não há mais ninguém ali, só eles. Não há no transpassar da câmera uma única expressão de suportar algo desagradável. Ele debruça sobre ela enquanto a invade sem pressa, sufoca-lhe no beijo, suas costas arcam e desarcam, o toque é forte, mas não violento, ele a levanta de súbito, algo imprevisto na cena. Ainda a possuindo a deita cuidadosamente no sofá do escritório.

Compreender a intimidade de outrem é necessário sensibilidade, o gostar dos detalhes surgidos um do outro; a tara, o desejo ardente esmerilha do sexo e não da paixão, pois quando há esse cuidado na capacidade de perceber as sensações, aparece na natureza de ambos uma tendência em reagir aos estímulos. Uma vontade de sentir e de emocionar, algumas pessoas tem facilidade em se doar sem resistências ocultas. Eles se desencaixam, beijam-se, boca, orelha, pescoço e ombros, aquele cheiro no cabelo, aquela pegada segura e firme, o reposicionamento das posições, ele sempre bem-disposto, nenhum cansaço aparente, corpos suados, ela se vira de costas, posição gostosa, creio que já devem ter saído do roteiro muitas vezes. A qualidade de seu instrumento não acusa a mínima variação da intensidade, rígido no poderio da cena, sempre ereto e focado nela; uma perna no chão, a outra no sofá, suas mãos se apoderam novamente de bela e esbelta cintura num ângulo oposto. Delicioso sabor da provocação dos sons, dos gemidos enaltecidos pelas estocadas mais fortes, agradável de se ver, expressão nítida da sensualidade, da sexualidade atraente de ambos.

Mais rápido, mais forte, mais lento, mais suave, ele é sedutor, modo gostoso de penetrar uma mulher, metafônicos…. Apetitosamente um deleite nessa tarde de sábado, espectadores nem respirando mais estão, aquele transe de secar a retina. Ela se toca debruçada de quatro no sofá, esbaforidos gritos, tesão intenso, uma hora de puro vigor, sensações, satisfação do desejo, é o prazer que vem da vontade, da necessidade do toque úmido, um divertimento íntimo. Ele gosta de olhar o que está fazendo, sua expressão de satisfação, sua cortesia, regozijos. Ele pede outros carinhos, a moça que ele sente ao seu lado, o desfrute nas condições certas, mais beijos, mordidas leves, ela o deseja, está gostando da atuação, talvez eles nem lembrem dos outros em volta. Não houve um só momento em que ambos desviaram o olhar, ficaram fixados um no outro, expressão de felicidade no prazer que obtinham.

Uma boca que nada em meio ao suor abdominal, uma língua que corta o sal, a posse de uma atividade peregrina, tocar levemente o rochedo, execução de requinte, uma obra de arte. E nos passeios longos da língua os olhares não se desfocam, assumir uma posição servil, nesse caso, não inspirava humilhação alguma, havia um olhar ávido a saciá-los. Eva, esse era o nome dela, pronunciado pela primeira vez enquanto ele gemia e suplicava que não parasse, você gosta Hans? Incrível, essa foi sua única resposta. Eles se falaram mais o vídeo todo, os convidados conversaram muito, mas eu estava submersa nessa arte, contaminada por ela, por eles.

O gozo de um benefício adquirido de uma particularidade particular só meu. Ela o tragava completamente e dragava o desejo de minha alma, minhas febres recolhidas “Desperta desta sonolência absurda, que te faz morrer, que te faz cair. De onde surgiste tão seria matéria? De onde brotaste tão opaca vida? Liberta-te desses que te sugam a alma; estenda tua mão e tome a minha. Farei por ti o que ninguém fez, cuidarei de ti, cuidarei de ti” meus raros pensamentos de liberdade. Noutra forma não seria tão apreciado todos esses detalhes, a sucção frenética dos termos, lubrificados de saliva, a ponto de explodir a qualquer momento. A câmera precisa filmar essa explosão vivida, jorrada no tempo certo, e se não fosse isso ela não deixaria cair nenhuma gota. Vamos garota, ele está quase lá, não balance o ritmo nem solte a força da boca, frissons; abra a boca querida, não posso mais…

Lançou com força para fora de si certa secreção, em particular, espessa e branca do esperma aos urros, que gostoso ouvir alguém chegando no seu ápice do prazer, algo pessoal e íntimo que advém de suas sensações exclusivas. Ela recebeu com prazer, banhou-se, esfregou suas mães por seu rosto, lambeu os dedos, mas o olhar, ahhhh o olhar, esse não se desconectou, e no final o sorriso de Eva e Hans, ele se aproxima e beija sua testa, a beija sem nojo, pois compreende que tudo aquilo é seu. Gente tenho que confessar, melhor filme pornô que já assisti até hoje, só você Bella? Todos nós estamos pasmos até agora, ah eles devem ser namorados, ou se apaixonaram naquela transa, só pode! Você pode ter razão Babel, cadê a Nany, tô no banheiro não enche. Gargalhadas escandalosas e Edy acaba beijando Mônica, uhuuuu… putz, acontecimento do século. Calem a boca suas biscas foi só uma recaída.

E agora vamos assistir qual? Talvez esse das brasileirinhas, o que vocês acham? Nany sai às pressas do banheiro, nem pensar, querem estragar a luxúria da tarde. A Bella não vai parar de criticar as cenas, pois realmente são escrotas; mulherada não sabe fazer nada, só ficam nas posições que eles mandam, agora fica assim, agora de quatro, agora me chupa, aguenta firme sua vagabunda, puta, gosta do meu pau né puta, agora aguenta e pá na cara. O cara fica duas horas em cima da mulher e ela com cara de dor, parece que tá chorando, ruim pra burro. Putz Nany! Que descrição! Pode deixar não vamos colocar, bora começar o poker galera? Demoro. Bella que tal abrir um whisky desses aqui? Amigas vocês que mandam hoje, a casa é nossa, serve aí pra todos, os copos estão nesse armário, eu vou ajeitando o baralho, arruma a mesa da área Babel, sei que tem gente que vai puxar um fuminho. O tempo passa feito relâmpago, não somos eternos e são raras as pessoas que despertam para essa reflexão, não curtem os momentos, não se mobilizam para fazerem algo acontecer em suas vidas, mas eu…. Eu sou diferente.

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Comentários (1)
Postado 19/05/20 17:52

Adorei. Leve, original, criativo e bem escrito

Postado 19/08/20 20:51

Muito obrigada Urizen. Publicarei o livro este ano.