O Nada Sou Não
Andréia Kmita
Tipo: Lírico
Postado: 28/02/17 20:27
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min
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Palavras: 174
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Capítulo Único O Nada Sou Não

O nada sou não.

O nada serei se nunca.

O nada querer ser não posso.

O mundo em mim nos sonhos tenho.

Prédios e mais janelas,

Um metro quadrado em meio há milhões.

Quem é, ninguém sabe senão Pessoa

O que conseguiria se eventualmente conhecesses?

De frente pro nada tanta gente se faz rua e passa,

sem saída a rua deflagra pensamentos

"Real, real impossibly , certain, unknowingly certain",

Drummond adiantava a pedra nos seres.

Finda a vida depressivo fungo

e que te caiam as pálpebras,

Ó! Carroça do tempo.

Há de levar tudo e não deixar nada.

Derrota, inda sem exclamar a verdade.

Tão sóbrio que se percebe a morte.

Desconexão do tudo no mundo, o adeus.

Volto ao vão na parede externa da edificação,

inda no último vagão ouço latejantes barulhos

enrijecidas veias que partem agora.

Atônito... Pensei, apostei, perdi.

Um duplo fidedigno:

Cheiro do fumo que sopra, expele bafo,

Sentimento surreal consciente em mim.

Imperfeito!

Como se nada fosse tudo, talvez

O nada impossivelmente serei

Do obtido conhecimento,

Peguei carona naquela janela.

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