Capítulo Único
Vampiros
Era lua nova de vagarosa madrugada adrede
Morcegos rondavam as silenciosas ruas frias
Da cidade na veemência visceral da sede,
Atraídos pela fragrância das jugulares vadias.
Sedentos indivíduos sem declinados crepúsculos,
Sugam-me do pescoço vulcânico o sangue escaldante
Escorrido em meu peito, líquido viscoso de vermelhos frutos
Adocicados nos lambuzados lábios, ingenuamente amante.
A festa continua na via pública e a vizinhança dorme,
Encobrindo-se do medo dos gritos desesperados
Das almas pobres, são parasitas vermiformes execrados.
Nas carrancas a inutilidade do poluído ouvido saculiforme
E matinais cafés com leite, admitem em noites inocência
Esvair afogada na empáfia e renomada aparência.