Não sai da minha mente,
Está morando aqui dentro
Impregnada paz atraente
dos vulcânicos sons adentro.
Gemidos, suculentas vozes
Meticulosamente ferozes,
Hipnotizam em silêncio o transe
como se houvesse no quarto kamikaze.
Mesmo que outrora esteja morto,
Despertar-me-á teu corpo
Num súbito e empolgante giro
Do espaço, das páginas que suspiro.
Logo, presença não negue,
Não seja tão cruel e se entregue
Ao menos, deixe perfume no travesseiro
Qual tomarei como troco mensageiro.
Não entendo viver essa agonia
Em deixar lembrança e biografia,
Em fazer da fragrância um marco
E da euforia bálsamo do narco.
Não invento domínio em mim
Ó natureza rude, tome enfim
passos, pastos e longínquos rumos
embriagados, pobres resumos.
Sinopse dos momentos carnais,
Somente eles e nada mais
na empolgante certeza do jamais,
Assim, viajaremos sem temporais.
Levando conosco todo torpor do amor
raso embalo, um boicote a esperança
Do triste regalo das velas na dança,
Não mais que insolente vapor.
Agora te vejo solúvel
O que dantes não acontecia
Sinto pelo erro volúvel...
Serás minha amada coerência.