Quando o vento toca sua face
e tudo acabar num instante,
feche bem os olhos e escute
os sussurros da liberdade.
Falam da estrada longa,
mas nem tanto que não possa...
Mas nem tanto que não deva...
Talvez seja assim, que incendeia!
Talvez! E só talvez seja,
o espaço menos remoto
entre o tempo e o coração
que te leva ao extremo.
Vês! Não receie o embalo;
é ele quem dita a felicidade
que seduz a amizade
e conquista o prazer em vida.
Portanto não negue a essência
supostamente violenta
dos acasos condicionados
ao sangue pulsante.
Deixa o suor escorrer,
a engrenagem rodar,
o corpo ancorar na prancha
e a chuva cair em sol.
Deixa as ondas trazerem
aquilo que também é teu.
Talvez perdeu ou esqueceu
e agora inda prometeu.
Respirar essa leveza toda
embalada de lembranças vivas
das alegrias vividas,
das que ainda vai conhecer.
Dome seu tempo em rédeas,
fome que ar quer corroer,
mas que nas pernas revelam
andanças inestimáveis...
Destas que nem mesmo
a tempestade há de resistir;
destas que nem mesmo
os passarinhos deixam de ir.
Um mergulho profundo,
Um estilo sem rumo,
Excitante paisagem
feito constante ação do beijar.
Quem pudera ter conferido
tais proezas quais mais,
tantas boas e sais,
tantas voltas e mais...
Esmerilhando a natureza,
fogosa como clareira
e fria na ponta dos pés
em pares na areia.
Senão tu!
Forma expressa
e liberta de amar
O mar.
(A.K.)
Rio de Janeiro/junho/2015.