A minha desgastada pele cicatrizada atingiu seu ponto de ruptura,
Agora ela toca minhas antigas e próximas memórias empilhadas...
A vida seria mais fácil se eu pudesse me esquecer delas:
Destas feridas escondidas,
Que reabrem a cada tentativa falha de mostrar força.
Eu não pude achar uma boa corda,
Para coroar o meu pescoço,
Todas elas são tão fracas que jamais aguentariam até o último momento;
Todos os meus pesados e tristonhos pesadelos:
Por isso eu enlaço todo o meu corpo,
Nesse cordão de lágrimas que escorre pelo meu rosto.
O sorriso forçado, que grampeia minha pele
Não parece surtir efeito,
Nessas conversas diárias.
- Ah, será que eles percebem mesmo,
Que este belo rosto, vê uma vida que não é, assim,
Tão esteticamente, amada?
Minhas mentiras, elas se espalham,
Nadam e brincam entre si,
Me torno um ser tão maquinário,
Minha única função, é assentir com o topo da cabeça.
Sou apenas decorada por fora,
Brilhante por fora,
Tão fraca e exposta.
Será que eles percebem mesmo,
Que eu temo quando estou certa, às vezes?
Será que eles percebem mesmo,
Que eu me magôo tão fácil assim?
Por alguns segundos,
Eu consigo ser a frágil boneca,
Que aceita tudo que levam à sua boca,
Mas basta o interior fermentar,
Que logo meu suor lava
Toda essa máscara tão lisa de toda a minha cara.
E então, ninguém mais me suporta,
Tudo que sobrou de mim,
É um pétala murcha,
Marrom, feia, amassada,
Ninguém quer uma flor podre,
Eu sou logo dispensada.
Eu sou um retalho de emoções,
Que quer se pregar por segurança,
À qualquer coleção de horrores.
Toda essa pele que eu retirei de mim mesma,
Ainda parece estar respirando...
Meu rosto despedaçado, continua a me encarar
No espelho,
Alguém está dançando sozinho no meu corredor,
O silêncio é capaz de dissipar os meus gritos:
Tem alguém aí?
Eu grito e gemo,
Mas sou deixada em cativeiro,
Pelo meu próprio eu - às vezes.
O que eu ainda faço presa a este corpo?
Eu estou congelada como a chuva,
Tentando conhecer uma sensação real,
Eu seguro o meu escalpo, e todos os meus membros
Que espalhei pela cama...
É tão distorcido,
Tudo o que eu penso e sinto.
Eu ando, eu ando,
Eu respiro,
Eu canto,
Eu preparo o meu rosto novamente,
Para viver mais um outro dia.
Para desembarcar em mais uma estação fria
Dentro de minha própria mente...
Permanecendo grampeada.