Os psicopatas são como vampiros da vida real. Porém não é exatamente o nosso sangue que eles sugam, mas sim nossa energia emocional.
Podemos considerá-los autenticas criaturas das trevas. Com um extraordinário poder de nos hipnotizar com o objetivo de anestesiar nosso poder de julgamento e nossa racionalidade.
Com suas histórias e falsas promessas nos fazem sucumbir ao seu jogo e, totalmente entregues à sorte, perdemos não apenas bens matérias, mas também morremos psicologicamente.
E por que estou falando sobre isso?
Entenda-me como um suicida de primeira viagem que teve sucesso ao querer conhecer a morte.
A quem estiver lendo esse diário saiba que já não me encontro nesse mundo. E as palavras a seguir são apenas memórias de minha triste curiosidade.
Quem nunca se perguntou o que é a morte?
Como é conhecê-la? Vivenciá-la? Senti-la na própria pele?
Mesmo as pessoas que se consideram felizes e bem resolvidas na vida já se perguntaram sobre como seria morrer em algum momento de fraqueza.
Somos humanos.
Somos fracos.
Possuímos um lado obscuro.
Temos desejos.
Sucumbimos à curiosidade...
Podem me chamar de louco.
Idiota mal amado. Mente fraca.
Digam o que quiserem. Mas se pensam assim, nem terminem de ler minha história.
Eu tinha o que poderia considerar uma vida perfeita.
Era bem casado. Tinha um bom emprego, amigos. E estava à espera de meu primeiro filho ao lado de minha querida esposa, Shizuka.
Mas, como uma das cruéis ironias da vida, tudo isso me foi tirado.
A felicidade de chegar em casa após um longo dia de trabalho lucrativo, querer encontrar sua esposa sorrindo contando os dias que ainda restavam para a chegada de nosso bebê. Ter que elogiá-la sempre dizendo que está bem. Mesmo sendo visível que parecia uma pata com pés chatos e aquela grande barriga. Se bem que para mim ela sempre foi linda de qualquer maneira. Até quando acordava toda descabelada de manhã e com ataques de TPM.
Eu queria que tivesse sido assim. Mas tudo que encontrei naquele dia foi a cena de um homicídio.
Encontrei Shizuka morta em um antigo armazém após dias de busca, pendurada por um gancho feito um porco após o abate. Com um terrível corte em toda a extensão de sua barriga e, caído ao seu lado o corpo de um bebê deformado, ainda conectado a corpo da mãe.
Fiquei nauseado ao presenciar àquilo e alguns polícias tiveram que me afastar do local, tentando me acalmar daquele tormento.
Mas o que eles esperavam? Tudo que eu tinha de mais valioso se perdeu ali.
Vivi atormentado durante os dias que se seguiram até completarem a autopsia e não chegarem a conclusão nenhuma. Apenas de que, seja lá quem foi o culpado, assistiu a vítima agoniar e sangrar até seu último suspiro. Devido aos rastros deixados no chão. E possíveis atos de canibalismos por partes estrategicamente cortadas da carne. Mas nada que os levassem ao culpado.
Eu já não funcionava mais. Perdi meu emprego, meus amigos aos poucos se afastavam. E eu me encontrava em um poço de depressão durante o enterro de Shizuka e nosso filho que não tivemos nem a chance de conhecer.
Também foi nesse dia que o encontrei.
O único que se aproximou de mim querendo oferecer um ombro amigo.
Um simples conhecido meu e amigo antigo de Shizuka.
Para os que não conhecem minha história. Meu nome é Katsuya e irei lhes contar como foi minha experiência de morte ao lado de Takeshi, um psicopata que se auto apelidava Heart, e se apresentava como amigo.