Esta é a terceira poesia - quase que sem rimas
Que a minha alma cospe, nessas poucas linhas
Que jamais serão suficientes,para dizer,
O quanto eu acreditei em você.
Pois suas dores e suas visões,
São iguais às minhas,
Freud? É, eu acho que foi ele que disse,
Que nos apaixonamos por nosso próprio distúrbio,
Me apaixonei pela sua tristeza,
Pois ela se parecia com a minha.
Pois somos dois privilegiados,
E só sabemos visualizar a alegria
- alheia
Ao invés de agradecer pela nossa própria conquista.
Me apaixonei, pelos teus olhos negros e profundos,
Pelo teu estilo de mendigo moribundo
E por todas as cores mórbidamente celestiais
Que eu pude reparar em você.
Me apaixonei pelas suas mãos calejadas,
De tanto tocar com a alma,
As notas e as batidas e a raiva que surgiam em você,
Me apaixonei, pelos seus lábios gloriosos,
E pelo seu jeito de andar encurvado,
Eu me apaixonei tão rápido...
É você me pegou de surpresa,
Numa noite sem qualquer sutileza,
Você me lembrou de sorrir,
E de repente, me vi tímida,
Cálida,
Caída por você.
Foi uma queda, bem longa,
Mas não foi você que me feriu;
A culpa é desta ansiedade hostil,
Que me fez acreditar,
Que talvez eu fosse alguém especial
- só por você me dar um pouco de atenção ao indicar umas músicas,
etc e tal
Mas como você poderia saber?
Se eu finjo não enxergar você?
Se depois de tanta dor,
Eu me tornei míope até para enxergar quem quero bem?
Como você poderia saber?
Como eu poderia contar?
Eu digo todas estas coisas aqui,
Pois aqui é o meu refúgio,
Mas até mesmo aqui,
Você parece estar.
Todo esse lugar, tem seu nome e sobrenome
Nas linhas que eu compus.
Espero que janeiro termine,
E termine de vez esse meu amor.
Talvez eu só estivesse, faminta pelas suas cores,
Mas de qualquer forma, elas nunca serão minhas
E agora, eu tenho meus próprios sonhos para tingir.
Obrigada pela bagunça,
dela surgiram
poemas congelados
que jamais serão visualizados,
por você.