Seu mundo batia
no ritmo do seu coração.
Cada tu-dum rebatia
em forma de vibração.
Em forma de melodia
ela andava e estalava os dedos
com a calmaria
de uma tempestade.
Sem motivo e juízo,
repercutia a emoção
dentro de seus
headphones.
Desatento,
seu mundo coloria
junto dos acordes
presentes na
sua música favorita.
Com um pouco de carinho,
talvez para a corda
não se arrebentar,
afinava cuidadosamente.
Afinava porque precisava
de sentido e melodia concreta
na sua vida
tão caótica.
Cada um para um lado,
separados,
alguns tem muros,
outros tem cercas de muro baixo,
outros tem portões destrancados,
mas todos deixam o coração aberto,
escancarado,
para a música que lhes definia.