Um menino acorda, na escuridão, sozinho.
-Mãe? Pai? Está escuro! Vocês poderia acender uma vela? -levanta, da onde está deitado.
Por não escutar seus pais, ele põem seus bracinhos para frente e sai, cuidadosamente, a procuro de alguém. É inútil! A escuridão é intensa demais...
-Mãe? Pai? Cadê vocês? -começa a ter medo.
O tempo passa, e com ele a esperança da pequena criança, diminuem. Lágrimas, prontas para cair, só esperam o momento certo. Senta no chão em encolhe-se, virando uma bolinha chorona e desesperada: -Por que não tem luz? Por que não acho meus pais? Por que estou sozinho? Por que esse quarto não tem fim? Nem móveis? Por que tanta escuridão? -começa a soluçar, é quando se joga para trás, batendo sua cabeça cheia de cabelos rosados e longos em algo.
-Uma parede?! Fim do quarto? -alegra-se, sorrindo, seu peito libera uma luz, o suficiente para a criança ver que não era uma parede ou uma porta. Mas, sim, que era uma caixa de metal. Curioso, fala: -O que será que tem dentro? -empurra a tampa pesada.
Nada?! Ele não vê nada, nem teia de aranha, então senta-se, novamente, encostado na caixa. Sem ideia do que aconteceu.
-Olá, garoto! -diz uma voz animada.
Ele olha para todos os lados: -Quem está ai? -silêncio, volta... -Por favor! Fale comigo...Eu estou tão sozinho... -entristece.
-Nossa! Eu também achei que estava sozinho! Ai, me escondi nesta caixa, que me prendeu...Mas, você me salvou! Obrigado –diz a criatura misteriosa.
-Aonde você está? Não te vejo...
É quando uma luz forte surge, ela não iluminava tanto, mas era forte e azulada. Desta luz que diminui aos poucos, forma uma pequena criatura, que é um animal longo: -Um furão!?
-Ora! Você não gosta de furões?! -cruza seus pequenos bracinhos e empina seu narizinho rosado.
-Não é bem assim! É que o meu Pai caça furões para vender... -fica sem jeito.
-Tudo bem. Quem caça é seu Pai, né? -tenta consolar o pequeno humano.
-É. Mas...ele fazia a sua espécie no jantar... -chora o inocente.
-Meu caro, amigo. Sou um animal, vou ser devorado mais cedo ou mais tarde. É a lei da natureza. Mas aqui entre nós...Seu Pai não está por perto, né?
-Não! -desaba a chorar. -Eu não sei onde eles estão!! Eu quero meus PAIS!!!
-Calma!! Eu tenho que te contar uma coisa... -para e pensa um pouco, por fim, sussurra. -Não posso contar agora...-então, diz. -Ei! Eu vou te ajudar a achar seus pais!!
-Vai, mesmo? -funga.
-Sim! -sorri, corando.
Para sair da escuridão, procuramos uma luz. Mas, atualmente as pessoas não acende mais velas, para iluminar os caminhos. Hoje em dia, o ato de acender uma vela é, geralmente, para implorar bens matérias fúteis. Quem vai acender uma vela para iluminar um caminho, tem tantas maneiras para sair do escuro, né? Mas para sair da escuridão, não! Uma vela branca, um pouco de amor ao próximo, um pedido verdadeiramente necessário: saúde para mim e para você, união das famílias, um emprego para alimentar seus pequenos filhos, uma saída!
-Garoto! Preste, muita atenção -olhou, aquele animal, a criança. -Nós precisamos achar a luz de uma vela. Quando acharmos, quero que você abra essa carta –entrega um envelope fechado.
-Certo! -Respondeu, firme.
A procura durou muito tempo, mas acharam a tal luz.
-Vá! Você vai ficar bem... -disse sem muita força, o furão.
-Mas...Está ficando fraco...O que está acontecendo? -preocupa-se.
-Eu cumpri minha missão. Você vai para o lugar certo... -explode em minúsculos floquinhos azuis.
-Certo –diz chorando. -Eu vou indo, então... -lembra da carta.
-"Espero que não esteja lendo isso sem estar próximo a luz, que deve entrar, logo...Antes que a vela termine. Não sei, nem como começar...Mas, em poucas palavras , estamos mortos! Chocante, não? E eu sou seu pai...Me perdoe. Espero que possa fazer isso algum dia.
Te matei por acidente, eu o levei para caçar furões, só por que queria diminuir sua feminilidade. E em um descuido você entrou na frete do tiro e morreu...Voltei para casa e sua mãe queria morrer de tanta dor, tudo era minha culpa.
Depois de algum tempo ela me deixo, entrei em depressão e me suicidei...Por isso, te levei para luz para poder te salvar. Por que eu te amo, muito...
Seu pai, furão."
As lágrimas caíram pela emoção do momento.
Ele foi para algum lugar. Onde? Eu não sei. Mas, ele foi.