Recordo-me ainda do meu EU passado.
Desacreditado do amor,
Sempre em meu íntimo isolado
Vivendo uma vida sem sabor.
O coração a gritar suas dores.
O mundo agindo como um algoz.
Escondendo suas cores
Calando minha voz.
Recordo-me da ausência de calor
Uma vida sem som e sorrisos
Compartilhando espaço com a dor
De sentimentos indecisos.
Sufocado em falsa poesia
Cantando versos sem rima
Por Deus! Seria uma cortesia
Caso esse vazio suprima.
Recordo-me de quando você chegou.
Um anjo trazendo esperança
Minha insegurança afastou
Ao acolher-me como uma criança.
Um “olá” no mais singelo gesto
Mostrou-se tão atrevida
Com um cumprimento tão modesto
Dando cores e sentido a essa vida.
E essa balada que agora canto
Dedico a minha doce amante
Que com seu sorriso e encanto
Foi capaz de salvar essa alma errante.