- Eu vou matá-lo. Sou competente no que eu faço pode ter absoluta certeza! – Sorrio confiante. – Isto está no papo...
Rubens sorri. – não é tão fácil jovem destemida. – Ele bufa – Aquele mauricinho é o herdeiro de uma companhia bilionária, se algo acontecer com ele...
- Ninguém vai descobrir. – O interrompo. – Ele pode ser o rei do país, mas eu sei fazer o meu trabalho.
- Então qual é o plano? – Eu pergunto e ele sorri confiante, fazendo instantaneamente eu me sentir bem.
- Então...
UMA SEMANA DEPOIS:
- Lily pode vir aqui me trazer um café? – Dolores me olhava com o nariz empinado. – Eu só perguntei por educação, então faça o favor de me trazer a droga do café o mais rápido possível.
E ali estava eu. Uma assassina profissional contratada pelos os melhores dos melhores, servindo cafezinho para uma recepcionista qualquer.
- Claro Dolores, – olho com raiva aquela figura magra quase esquelética, com o nariz mais empinado do que seio com silicone (o que inclusive ela tinha). – me de um minuto e já trago.
Não que eu estivesse fazendo um trabalhinho adicional, o que é obvio que eu não preciso. Ser uma assassina profissional particular me trazia um salário bem bom.
O problema é que aquele era o meu trabalho.
- Lily já se passaram dois minutos. – Sua voz estridente entra rasgando pelos meus tímpanos. – Santo deus parece que eu vou ter que demitir você.
Estava pronta para responder quando ELE entra na sala.
- Em primeiro lugar ela é minha assistente e não sua. - Diz o meu chefe, pelo menos nesse trabalho falso - Segundo você não demite ninguém e terceiro você deveria estar atrás de sua mesa atendendo ligações.
Ok... Não poderia mentir. O cara era atraente, mas não o tipo de atraente para o qual você simplesmente abre as pernas. Ele é do tipo atraente para levar na casa dos pais...
-Lily está tudo bem? – Ele estava me observando. – Ela estava incomodando você?
Sorrio. – Não senhor.
DUAS SEMANAS DEPOIS:
Havia coletado todo o material necessário para matá-lo e fazer o mauricinho passar por suicida maluco. Com tempo recorde... Mas não poderia levar isso às mãos do Rubens, pois, teria a libertação para terminar o plano.
- Cinderela no que está pensando? – Rubens me olhava atento. – Está tudo bem?
Sorrio pensando em como meu chefe parecia preocupado. – Claro maninho... O idiota vai pagar.
Rubens mantém o sorriso no rosto. – SHIU... Não fale isso muito alto, ninguém pode saber que somos irmãos? – Ele falava com tom de severidade, mas seu sorriso de orelha a orelha o entregava.
Veja bem eu sou uma assassina, mas isso não me torna uma má pessoa... Faço quem merece sofrer. É simples. Nunca ninguém que não mereça... Bem... Pelo menos até agora.
10 ANOS ANTES:
- Papai podemos redecorar o quarto de Thomas? – Meu pai me olhava atento. – Ele e a mamãe vão chegar logo e as paredes continuam rosas.
Ele sorri. Um sorriso doce e verdadeiro que só o seu pai sabe dar.
- Só se você não sujar toda a casa igual da ultima vez.
E assim passamos o resto daquela semana. Pintando, limpando, trocando telhas, arrumando o quarto do bebê... E naquela manha fria de sábado minha mãe chegou segurando o pequeno Thomas nos braços, acompanhada de meu irmão mais velho Rubens.
E tudo foi perfeito... Até a noite cair.
- Mamãe me passa o sal? – Meu irmão sorria. Era evidente que tinha amado ter mais um irmão, não o culpava, brincar de bonecas para meninos não deveria ser tão atraente.
Minha mãe sorriu, seu lábio inferior se curvando e mostrando seus dentes perfeitos. E então quando foi passar o sal para meu irmão que aguardava pacientemente, três caras armados entraram quebrando a porta.
E todo o resto aconteceu em uma fração de segundo.
Lembro-me de gritar quando a bala atingiu o peito esquerdo de meu pai, e de chorar quando minha mãe esfaqueada caia por cima da mesa. Lembro-me de correr e pegar Thomas no colo, o balançando para que ficasse quieto... E então o homem alto, moreno e musculoso usando uma arma calibre 38 atirou em meu irmão e eu cai sobre o impacto da bala.
Ele tinha acabado de receber alta do hospital, era um bebê e ele o matou.
Rubens com uma frigideira o atingiu na cabeça tão forte que o homem caiu.
Meu irmão mais velho e eu fomos os únicos sobreviventes do massacre que aconteceu na minha casa. E foi então que decide que faria tudo o que fosse possível para me vingar da melhor maneira do homem que mandou executar minha família.
Piter Walters.
TRÊS SEMANAS DEPOIS:
- Porque está me olhando senhor? –Pergunto sorrindo sobre o olhar entusiasmado de Jake.
-Pra começar não sou senhor. Não sou velho e muito menos casado, apesar de eu estar pensando na possibilidade. E pra concluir estou olhando para você pelo simples fato de que é impossível não olhar. Sua beleza é profunda e seu sorriso é como mil luzes acesas em uma noite escura, seus olhos são como as estrelas vistas de um campo isolado da civilização. Você é sensacional.
Sinto o rubor cobrir meu rosto.
Isto não está certo... não mesmo... sem nenhuma chance. Não sou uma princesa que se apaixona pelo o príncipe encantado. Estava entrando em uma zona sem conforto onde ia cair. Meu objetivo era matá-lo e não me apaixonar por ele. Seu pai levou minha família e eu vou dar o troco na mesma moeda.
- Às vezes parece que você viaja para outro planeta. –Ele ria. – É fofo.
- Senhor Walters não acho que isso seja certo. – Respiro fundo. – Sou sua assistente e você obviamente é meu chefe.
-Ótimo. – Ele sorria. – Está demitida. Agora pode sair em um encontro comigo?
Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara.
E então o corredor escurece com a presença sombria do dono da empresa.
- Filho! – Ele sorria de um modo que me fazia lembrar que meu objetivo era nunca mais o ver sorrir. – Estava com tantas saudades.
Pensei em meu plano em meu ultimo assassinato. Era um estuprador de menininhas inocentes. Usei sua filha de alvo o mandando um torpedo anônimo avisando que estava com ela e iria usar de seu corpo.
O infeliz apareceu como se tivesse corrido do Japão até a África em cinco minutos.
E então quando ele entrou no galpão escuro e abandonado eu o fiz pagar.
Foi então que eu percebi. A pior vingança não é a morte da pessoa em si, mas a morte da pessoa com a qual o filho da mãe mais se importa. Se eu tivesse abusado de sua filha o maníaco estuprador teria vivido a vida se culpando, mas ao invés disso eu o matei o libertando de toda a sua consciência pesada. E nessa hora eu desejei que o inferno existisse.
- Também senti saudades pai. - diz Jake, o abraçando.
CINCO ANOS ANTES:
Estava em um jantar ao sul da frança com o marido traidor da minha então chefe. Ele olhava para meus peitos enquanto falava comigo e quando sugeri pra que fôssemos para um lugar mais reservado o idiota me levou em um motel (menos uma estrela).
Ele tentou tirar o meu vestido e eu simplesmente o empurrei na cama argumentando que gostava de ditar as regras. Vendei seus olhos e cobri sua boca. O prendi na cama e com uma faca altamente afiada eu o matei.
QUATRO SEMANAS DEPOIS:
- É só uma festa... vem comigo. – Ele sorria de uma maneira atraentemente atraente. – Vamos Lily, o que tem a perder?
É só que meu prazo está acabando e vou ter que matá-lo nessa maldita festa.
- Não gosto de festas. – Mantenho o olhar fixo no computador. – E além do mais, tenho planos.
Ele sorri maliciosamente. – Bem eu tentei do jeito fácil. Como minha assistente você tem que comparecer a está festa e me acompanhar.
Golpe baixo! Trapaceiro...
- Então por que simplesmente você não ordenou para que eu o acompanhasse?
- Eu gosto de ver você resistindo ao meu charme. – Ele solta um sorriso encantador e então entra para salas de reunião.
- Pobre coitada... Ele só quer usar de você... Então trate de pegar um cafezinho para mim. –Viro o rosto e dou de cara com Dorotéia a irmã gemia de Dolores.
QUATRO SEMANAS E DOIS DIAS DEPOIS:
Desço de meu quarto em um hotel barato no centro da cidade e pego um táxi. Chego ao hotel mais chique de New York e entro já sentindo a musica entrar pelos meus tímpanos me fazendo balançar levemente. Adultos irresponsáveis bebiam até cair e seguranças tentavam domar a situação. Depois de informar meu nome e checar que eu estava mesmo na lista entro no saguão principal andando desconfortavelmente em meio à multidão.
Avisto Jake perto de um grupo de homens de preto e sigo até ele.
-Jake... – Ele se vira e por um instante pude perceber que seus olhos brilharam. – Estou aqui!
–Você está... Está... Você é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida. –ele sorri e pude perceber que ele estava sendo sincero. – Vamos dançar!
E com um grito de pura animação Jake me conduz pela mão até o centro da pista de dança improvisada no hotel. Seus movimentos são lentos e precisos e em menos de trinta segundos de dança estávamos colados. Corpo a corpo. Algumas camadas de roupas separando o contato de nossas peles.
E então percebo que tinha que agir. Se me enrolasse mais com este homem não ia conseguir completar o plano que fiz e refiz durante anos. Não iria aplicar a minha vingança. E isso, um par de olhos verdes, um corpo escultural e um sorriso de modelo não poderiam substituir.
- Vou até o bar, quer algo? – Sorrio para ele. – Divide um Martíni comigo?
Depois que ele diz que sim corro até o bar e pego dois copos de Martini, abro meu anel e derrubo o Ecstasy em pó que tinha preparado no copo vermelho. Era uma porção pequena, mas algo fácil para começar.
- Aqui está. – Digo entregando o copo vermelho para ele.
- Um brinde. A garota mais incrível, linda, inteligente e adorável que entrou nesta empresa. Desculpe mais é inevitável que eu me apaixone por você. – E então ele leva o copo à boca.
-ES-ESPERE... Eu prefiro o copo vermelho. – Digo o entregando o copo laranja e pegando o vermelho de suas mãos. E então engulo o liquido que desce rasgando pela minha garganta.
-E-EU preciso ir. – E assim corro em direção a saída já me sentindo um pouco tonta.
Fujo para um beco escuro e o vejo olhando para os dois lados da rua, se imaginando por qual lado eu devo ter seguido. E então ele balança a cabeça, sorri afetado e entra novamente no hotel.
Ótimo preciso de um táxi.
Coloco a mão no bolso procurando a minha carteira...
Não pode ser, mas que merda... como pude ter sido tão burra? Minha identidade não está ali... A verdadeira.
Depois de perceber a idiotice que havia cometido, volto correndo para dentro do estabelecimento que tinha acabado de deixar.
Procuro por Jake na multidão de pessoal que me rodeiam, mas não consigo avistá-lo.
- Cinderela, é? – Uma voz em meu ouvido faz eu dar um pulo. – Quem é você?
Viro e dou de cara com o meu (falso) chefe, o mesmo que preciso mata.
- É uma brincadeira. – Afirmo sorrindo – é de um grupo de RPG do qual participo, e esse é o meu personagem. É uma carteira falsa!
- Você joga RPG? – Jake solta uma gargalhada. – Você sempre me surpreendendo.
Depois do susto que passei, digo que preciso ir embora e ele insiste em me dar uma carona para casa. E depois do acontecido, acho que o melhor é aceitar.
- É aqui – digo quando ele passa pela esquina onde fica o hotel barato em que estou hospedada. – Minha casa está em reforma.
- Estou aliviado. – Ele sorri perante a minha mentira – por um momento pensei que você morava nesta espelunca.
Solto uma gargalhada nervosa e me aproximo da porta do carro, me preparando para sair, mas uma mão em meu ombro me impede.
- Eu me diverti muito, – diz Jake sorrindo. – É difícil achar alguém como você.
Eu congelo. Odeio o modo como ele me faz sentir, é como se eu fosse uma princesa em um conto de fadas.
- Eu também me diverti muito com você, Jake.
Me aproximo novamente da porta, mas dessa vez ele me impede de outra maneira. Ele me beija...
Depois de alguns minutos trocando saliva no carro, abro a porta e o puxo em direção de minha casa temporária.
Entramos no hotel quase correndo e pegamos o elevador que nos leva ao 3º andar, onde fica o meu quarto. O som do elevador soa e suas portas se abrem, entramos no cubículo que eu chamava de quarto quase sem desgrudar nossos corpos. O levo em direção de minha cama, o empurrando e sentando em cima dele em seguida. Passo a língua pelo lóbulo de sua orelha e o mordo carinhosamente, me deliciando com os leves gemidos que Jake soltava. Em um movimento ele me gira e me coloca em baixo dele, que passava as mãos pela minha cintura. Ele rasga minha camisa e logo em seguida tira o meu sutiã, deixando meus peitos a mostra. O puxo em minha direção e o devoro com um beijo, ele vai desenhando um caminho de beijos da minha boca até meus peitos, onde estaciona por um momento, passando a língua no meu mamilo e o chupando carinhosamente e repetindo isso no outro.
Depois continua o seu trajeto até chegar ao meu short, o qual ele tira, seguindo de minha calcinha. Sinto sua língua quente em mim, me fazendo gemer. Olho enquanto ele tira a roupa rapidamente deixando amostra seu membro completamente ereto, membro esse que enfia em mim. Solto um gemido alto e ele começa a se movimentar dentro de mim, admirando-me enquanto retorcia meu corpo em baixo do dele. Arranho suas costas e me delicio com seu rosto de puro prazer. Então me puxa e me coloca em sua frente, de quatro e enfia em mim repetidamente e rapidamente me fazendo gozar e soltar um grito de prazer, logo após ele chega ao seu clímax e cai ao meu lado da cama, me abraçando e me beijando. Até que adormecemos olhando um para o outro.
Batidas na porta me acordam. Olho em meu lado e vejo Jake ainda dormindo. Visto um roupão e vou em direção da porta, a qual abro e me deparo com meu irmão.
- A noite foi boa, maninha? – Ele sorri e me dá um leve empurrão. – Quem é o homem de sorte?
Congelo e começo a pensar em uma mentira, mas sou interrompida por Jake que vem até nós com o olhar confuso.
- Que porra é essa, Cinderela? – Rubens dá um murro na porta. – Era para matá-lo e não transar com ele.
- O que? – Pergunta, Jake e se aproxima de meu irmão, irritado.
Me coloco no meio dos dois, tentando impedir uma possível briga. Então Rubens se aproxima rapidamente e dá um golpe com um vaso na cabeça de Jake, que cai no chão inconsciente.
- O que diabos você fez? – Pergunto assustada e vou até Jake ver se ele está ferido.
- O que diabos você fez? – Rubens repete minha pergunta irritado. – Vamos, amarre ele. Vou resolver a merda que você acabou de fazer.
Continua...