Ele estava paralisado, seus olhos pareciam querer fugir da face, pois aquilo que ele estava vendo, era terrível - a criatura tinha um corpo nojento e felpudo, ou cheio de penugens - ele não sabia, não parava de sentir nojo e medo daqueles olhos roxos brilhantes, daquelas antenas pontudas e cartilaginosas, o suor ia escorrendo da testa do homem e pendendo sobre os fios da barba.
O homem então, se sentou no piso enquanto a grande mariposa ainda estava ali prostrada, olhando fixamente para ele.
- Quem achas que eu sou? - a mariposa com seus tons ácidos indagou com uma voz esganiçada.
- Eu... Não sei... - ele sentia seu estômago latejar
- Pois tente, - ela sussurrou rasgando o resto da capa de coragem que ele tentava vestir - sei que conheces-me bem, já te visitei em sonhos e também na sua infância. Eu sou uma amiga de longa data...
Os joelhos dele falharam, quando ele tentou correr após ouvir essas palavras improváveis da criatura, ele não queria se lembrar, se recusava a sequer tentar, todas as lembranças que ele tentava enterrar no espírito tinham gosto de azedo, todas as memórias o faziam ter medo...
O que era aquilo...? Flutuando diante dele...?
- Joy... - ele lutou para não se lembrar, mas... Ela o venceu.
- Sim, vejo que você se lembrou. - o sol então se escondeu entre as nuvens cobriram o teto da casa, um silêncio se impregnou no ar.
Por algum motivo, ele não estava mais com medo e sim, entorpecido pela voz.
- Por que você voltou? - a língua dele mais tremeu do que pronunciou.
- Você já não é mais uma lagarta e tem de começar a tecer os fios do seu casulo, você está se transformando... - a voz pareceu dizer entre dentes, rangendo, mas não havia boca...
- M-m-me transformando em quê? - uma gota de suor caiu no tapete sujo de cerveja.
- No seu verdadeiro eu... - a mariposa sussurrou com os olhos esbugalhados - Aquele que você sempre tentou ocultar...
O corpo inteiro do homem estremeceu, logo lhe veio à mente, todas as vezes que ele fez algo ruim ou algo bom ou algo que pensava que deveria fazer, e, todas as pessoas meramente maquinarias em volta que sempre lhe diziam o que fazer, como fazer e para onde deveria ir. Pessoas lhe dizendo o quão horrível ele era...
O que é horrível?
Não fazer o que se espera?
A mariposa com suas grandes patas se grudou no lustre e ficou olhando para ele de ponta cabeça.
- Não Jordan, pavoroso é não se transformar. - a mariposa pousou no ombro do homem negro e alto, e ele se encolheu, quase que coube dentro de um prato.
- E... O que eu faço?
- Observe Jordan, olhe para dentro de você.
- Observe, sim... - ele assentiu nervoso.
- Observe-a... - e então, a grande mariposa com cor de terra seca e esquecida, desapareceu num bater de asas.
Jordan fechou os olhos por longos segundos, sentiu seu coração e ouviu a própria respiração fazendo seus pulmões dançarem dentro do tórax.
O homem então, se lembrou de onde estava... Avistou o corpo no chão e ao lado do corpo, reparou uma coroa de sangue que escorria gentilmente até a parede, deixando- o ainda mais deliciosamente gentil naquela posição com rosto contorcido, a boca fendida, aguardando... Os olhos fixados no chão, as mãos abertas e as pernas em V...
Era quase uma obra de arte.
A mulher era tão linda com aquela pele lustrosa e com os lábios grossos, com a expressão profundamente gasta e o cabelo escorrido com cheiro de química.
- Você já a amou, se lembra? O que aconteceu? - a mariposa surgiu do meio das pernas da mulher, andou pelas coxas da mulher apagada... E então, voou e aterrissou na estante vermelha.
Mexeu sua cabeça para cima diversas vezes, como se aqueles movimentos rápidos, conseguissem tirar palavras da boca do homem - é, conseguiram.
- Eu me descontrolei e comecei a atingi-la cada vez mais forte e... Mais forte e... Cada vez mais rápido, é como se eu não pudesse ter tido como parar... Como se minhas mãos tivessem vida própria, e... Quando eu parava, eu então só tinha tempo de secar o suor e desta vez, meus pés começaram a golpeá-la e a golpear os móveis e quando eu percebi, eu já tinha perdido a cabeça, eu a arremessei da cama, ela tentou se segurar, mas caiu da forma errada... Não... Ela, bateu de costas e ficou assim... - ele narrava calmamente tudo o que havia acontecido, enquanto se olhava no espelho e percebia que não era mais o mesmo homem.
- Vai ter de dar um jeito nela, Jordan. - a mariposa gargalhou com a voz fina, áspera, causando náuseas no homem.
- Eu... Estava fora de mim, eu... Gostei... Eu... Não pude parar de golpeá-la, eu poderia ter feito com qualquer um, mas ela apareceu no momento...E...
- Você não estava fora de si, não, não, não pense nisso - cada vez mais, Joy se parecia mais com um humano, isso fez Jordan se sentir afogado - na verdade, você nunca esteve tão DENTRO de si, a vida toda... - a mariposa enorme o devorou com aqueles olhos infinitos enquanto ele andava de um lado para o outro, confuso, mas certo... Certo de que estava renascendo.
- Eu vejo coisas, Joy... - ele deixou escorrer algumas lágrimas baratas, como lágrimas daqueles atores coadjuvantes em seriados sem sucesso.
- Isso é óbvio Jordan, todos nós vemos. - a mariposa respirou profundamente, abaixou as antenas e pousou no tapete - Aonde está sua mente? AONDE ESTÁ SUA MENTE, JORDAN? - a voz de dentro daquele bicho ressoou alta, potente, estremeceu a casa, ensurdeceu o espírito do homem.
Dentro do corpo do homem começaram a surgir ecos e, ele sentiu picadas em seu estômago; seus braços começaram a tremer, sua pele começou a ficar quente e, dentro de sua cabeça, a frase se repetia...:
Aonde está a minha mente?
Aonde está a minha mente?
Aonde ela foi parar?
- Você tem um casulo para construir Jordan... - a mariposa, que agora continha uma pequena boca com lábios e tudo mais, interrompeu os devaneios dele.
O clima ficou pesado, era como se tudo que ele visse fosse cinza, verde escuro e vezes, vermelho claro. Com a visão embaçada, ele pôde captar com o canto dos olhos, o momento em que a mariposa se sentou na cama e seu segmento começou a se alongar.
A criatura começou a clamar uma música fúnebre, todo o cenário passou a cheirar como carne podre. As janelas se contorceram, algo arremessou Jordan contra a parede o fazendo encarar o corpo, aquele corpo lindo, aquele corpo vazio, aquele corpo morto bem no meio do quarto.
- Olhe para ela, olhe para a mente dela, ela decorou o chão!!! - a mariposa esticou sua língua áspera, rosa e comprida e o fez cair com o chicotear do músculo frio... Fê-lo ficar de rosto encostado ao arco de sangue sublime.
- Sinta, sinta, SINTA! AONDE ESTÁ A SUA MENTE? AONDE ESTÁ SUA MENTE? - as asas se transformaram em garras que arrancaram as tábuas do chão, os olhos da criatura foram crescendo, crescendo, ficando cada vez mais intimidadores e infinitos.
A criatura deitava a cabeça - agora, quase que humana - para trás e, com a ventania que tomou o quarto, todos os pelos e cartilagens foram sendo levados, conquistando cada canto da pequena casa branca de interior, se pregando a cada parede, fazendo a tinta e os tijolos derreterem - Jordan ainda estava no chão, de joelhos, paralisado, observando tudo e tentando gritar.
Ao mesmo tempo, ele queria continuar golpeando o corpo feminino ao seu lado.
E foi isso que ele fez.
- NÃO PARE! NÃO PARE! AONDE ESTÁ A SUA MENTE?! - a voz se tornava cada vez mais monstruosa e fria.
- AONDE ESTÁ... A MINHA MENTE?! - o homem rosnava entredentes, enquanto seus punhos cerrados desfiguravam cada vez mais aquele rosto jovial e conhecido.
- AONDE ESTÁ SUA MENTE?!?!?! - a mariposa não parava de clamar enquanto sua língua diminuía segundo pós segundo.
Os braços de Jordan começaram a doer terrivelmente, seu nariz degustou aquele cheiro de morte, ele acordou de tudo aquilo.
Olhou em volta, tudo um caos.
Ferida.
Cheiro.
Lágrima e fenda interna.
O que foi que eu fiz?
O dia estava lindo, mas a tempestade havia acontecido entre aquelas quatro paredes.
Os móveis, os quadros, a cama, a moça... Todos completamente deformados, amassados, destruídos.
Ele quase não conseguia mais se recordar de como tudo à sua volta era anteriormente.
Silêncio...
Perversão....
No canto leste, na parede perto da porta tingida de sangue fresco - que escorria para o piso de madeira marrom arranhada - aquilo se encontrava encostado.
Um corpo baixo, de pele cor de envelope de correio, olhos tímidos, mas gigantes, boca miúda, braços fortes sustentados por um tórax e pernas magras, sem falar, dos cabelos... Compridos. Mais tão compridos que quase varriam o chão.
Ele temeu aquilo.
Parecia ser apenas parcialmente humano.
- J-J-Joy? - ele indagou sem jeito.
- Será? - a voz humana dançou até os ouvidos de Jordan.
- Achou a sua mente... Velho amigo?
- Oh, Joy!!! Eu não te imaginava assim... - Jordan lamentou ainda confuso.
O homenzinho sorriu com um milhão de dentes enfileirados em três fileiras que fizeram com que Jordan tivesse náuseas, mas a detivesse antes que o refluxo ousasse saltar da goela.
- Você é que não queria me imaginar assim... Mas eu sou assim... Não se assuste, eu sou um velho companheiro, que há muito, te quer bem. - o sorriso sombrio do homenzinho foi de esticar toda a pele do rosto.
Arrepios e dedilhados por de baixo da pele, começaram a fazer o homem gigante começou a tremer e se a sentir sujo, logo, um líquido frio e gosmento tomou conta da espinha dele - Jordan então, olhou para as próprias mãos e as percebeu tortas, machucadas, cortadas de tanto lutar contra os impulsos que o roubavam de si mesmo, suas mão pegavam fogo, estavam contorcidas... E aí, a dor foi anunciada.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARGH!!! - ele suou frio, a dor o dilacerava como se fossem lâminas geladas passando por sua pele grossa. Ele vomitou em cima do corpo destruído da mulher que ele um dia amou e vomitou mais um pouco e foi vomitando a casa inteira enquanto o homenzinho apenas o seguia estático, com aqueles olhos intensos.
Jordan caía, se precipitava, tentava ter controle das pernas, mas logo, falhava novamente e cada queda era como um abismo que se abria abaixo de seus pés descalços e rachados de frio.
- Pare de ser tolo, você já sabe que não é uma lagarta! Pode contruir seu casulo agora.
- NÃO! - a visão dele tremulou com o pulsar dos globos oculares.
Esferas e riscos falhados em verde e lilás tomaram conta de sua visão escura, como se ele estivesse apertando os próprios olhos, logo, ele podia sentir seus nervos se convertendo em dor e em prazer no mesmo instante.
O homenzinho gargalhou com a voz comum que tinha.
- Construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo. Construa seu casulo, construa seu casulo.
E a frase foi repetida por todas as paredes e tijolos plantas e móveis e até o corpo morto e deformado pareceu repetí-las até que elas não fizessem mais sentido e fossem como um barulho de bicho exótico.
- Aonde está minha mente? - ele começou.
- Isso, isso, isso, aonde está sua mente?! - o homenzinho ofegava e sorria, seu pescoço cheio de peles sobrando balançava enquanto ele subia nas cadeiras até se por de quatro em cima da mesa da cozinha, jorrando todas aquelas frases de novo.
Aonde está sua mente?
Construa seu casulo.
Olhe para dentro de você.
Construa o seu casulo!!!
- Jordan, não há mais tempo. Ache sua mente... Agora. - o homenzinho se pos bem de frente com Jordan, num piscar de olhos, - como se não houvesse limite de aproximação - a cabeça dos dois estavam grudadas.
Olhos com olhos, nariz com nariz.
Mente com mente.
O homem negro e alto, com seus vinte e oito anos e nove dias de vida, teve um insight, - como uma picada de abelha. Emergiu de sua tristeza, tirou as roupas, se fez tão nu como nunca estivera antes - trancou todas as portas e janelas da casa suburbana e ligou o gás... Permitiu que toda aquela energia invisível tomasse conta da casa, até ele se encontrar num estado de quase-desmaio.
- O casulo está quase pronto, Jordan... - o homenzinho batia os pés no piso branco incessantemente. Jordan assentiu felizmente com sua cabeça. E cambaleando, flutuando dentro de seu peito, ele ligou a luz.
Foi um estrondo só.
O barulho das chamas rasgando e picotando a casa e os corpos, o fez vomitar e gritar e sentir ódio e amor e morte e vida - cada vez mais.
- Seu casulo está pronto, Jordan! - Joy o parabenizou, beijou seus lábios enormes e começou a dançar feliz pela casa em chamas, como se elas não o pudessem ferir.
- Joy, você está maluco? Isso pode te machucar! - ele queria ajudar o velho amigo, porém, de alguma forma, percebeu que nunca fora necessário.
- Não meu caro amigo, não pode, pois eu achei a minha mente. Mas e você, achou a sua? - a voz de Joy, se transformou em um ruído intrigante que se espalhava por cada célula do corpo do homem forte.
Com um impulso constrangedor que começou no estômago, Jordan percebeu que ele mesmo começara a transmutar.
Seus membros foram se contraindo e queimando, sua garganta secando, seus olhos derretendo, sua pele borbulhando... Era tudo tão mágico.
Tão encantador.
Tão barato, toda a energia dele indo pelas frestas dos pisos e sendo cozida antes mesmo de chegar lá...
Todo aquele cheiro de inferno e caos... Tão simples, o viver e o padecer do homem...
Logo os pelos surgiram, as asas brotaram, as antenas romperam o topo da cabeça dele num microbarulhozinho e suas cores se tornaram fulgurantes e prósperas; com tons de preto nunca antes vistos, mixados com marrom e verde musgo e um certo prata introvertido.
Jordan abriu seus novos olhos.
Ele enxergava tantos ângulos que seu corpo todo poderia sentir qualquer coisa.
Calor, frio, presença.
- Você renasceu, meu amigo. - Joy estava perto da porta.
- O que eu sou agora? - Jordan sorria enquanto as chamas ardiam e ele estava batendo no teto.
- Você é você. - Joy disse sem ao menos abrir a boca.
Novamente, o silêncio, essa... Essa pausa entre as frases, molhou a face de Jordan.
- Joy, quem é você?
- Você sabe o que é que significa a palavra enjoy? - o homenzinho disse comprimindo os lábios e os enchendo de sangue, se curvando, como se Jordan fosse um ser raro e precioso.
- Aproveite. - ele respondeu no automático.
E o maldito silêncio de novo que, não o deixara dormir por dias!!! Se era um novo nascimento, qual o motivo para as memórias o confundirem tanto?!
As chamas bebiam a vitalidade da casa aos poucos, mas elas pareciam agir tão lentamente, que Jordan nem as sentia.
Um sibilo muitíssimo agudo, fez as antenas de Jordan vibrarem, ele despencou no chão, suas asas se carbonizaram, e caíram lentamente no piso já se desintegrando bem diante de seus novos olhos amarelos reluzentes.
- QUE MERDA É ESSA, JOY?!?!?! - ele não achava o homenzinho em lugar algum.
Pois é, Joy não podia escutar, estava do lado de fora da casa, sorrindo, assentindo, acenando e apreciando toda aquela obra de arte moderna acontecendo e triunfando bem diante de seus olhos.
- JOY!!! ME AJUDE!!! Eu estou... Queimando...! - a voz fina de Jordan mal ressoou entre o quebra-quebra em meio às chamas.
- Mas você está no casulo, tem de esperar tudo isso acabar, você vai sair logo, logo, meu rapaz. - Joy, com seu corpo nu, desapareceu entre as árvores, após dizer estas últimas palavras que acabaram totalmente com tudo o que Jordan outrora acreditara.
E as vozes... Ah... As belas vozes... Começaram a dançar para perto de sua carcaça acabada.
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Não faça isso, Jordan, isso machuca as pessoas!!!
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Jordan, você não pode agir assim em público!!!
Aonde esá a minha... Mente...?
Enquanto o fogaréu terminava de consumi-lo de forma faminta, as vozes dominavam a estrutura cremada da casa.
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Jordan, isso é errado!!!
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Jordan, você nunca vai conseguir, você é um nada!
E todos aqueles rostos o assombravam de dentro para fora.
Todos os lugares e frases e climas e toques, tudo e tudo, parecia ser essencial naquele momento que seria o último.
Era tudo tão essencial e todos esses fatos pareciam querer se vingar dele, tanto que, batiam em seu espírito, assopravam suas cinzas e cuspiam em todo o local.
Todos os demônios - que o formaram.
Todos os minutos - que o salvaram.
Estavam todos presentes, ali, vendo-o padecer...
Eles se aproximaram vagarosamente...
- Você fez um bom trabalho, Jordan. - uma mão azul escura translúcida acariciou as cinzas dele.
- Eu nem pude voar...
- Mas você lidou bem com todos nós, Jordan! - uma mão laranja que ele tinha certeza absoluta que a vida toda o tentara sufocar, agora recolhia seus restos e os depositava nas chamas que também pareciam tão gentis e próximas, como amigas de sangue.
- Mas nos diga, Jordan... - todas as vozes rugiram suavemente.
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Aos poucos ele refletia, enquanto já não podia mais sentir nada e já não se sentia parte dessa esfera. Enquanto ele não tinha mais forças para se contorcer queria tanto gritar consigo mesmo. Enquanto ele estava ali, espírito imóvel, ele era o chão. Enquanto ele ouvia os os sinais de alerta... E, se ainda tivesse olhos, poderia até ver as cores das sirenes, cirandando no céu.
Aonde está sua mente?
Aonde está a minha... Mente?
Jordan! Eu nunca te fiz nenhum mal, o que você está fazendo?
Pai Nosso, que estás no Céu...
Aonde está sua mente?
Aonde está sua mente?
Aonde está sua mente?
Aonde está sua mente?
Sangrando, sangrando, gritando, se contorcendo, dor nas costas, na alma... Jordan, cadê a sua mente???
Os sussurros repetitivos e cansativos lhe sugavam o restinho do tempo, ele quase estava se selando por completo...
PAREM DE INSISTIR, EU JÁ SEI A RESPOSTA, EU SEMPRE A SOUBE!!!
- Pois nos diga, querido. - todas elas se sentaram diante de seus pés para ouvir a resposta juntamente com homem-meio-mariposa, também esperava ansioso logo detrás delas.
- Minha mente, sempre esteve aqui. Eu serei infinito. - ele por fim, concluiu.
E transmutou... Se esvaiu junto com as cinzas que dançavam no céu.