Ao longo da existência humana diversas lendas contava "o começo de tudo", mas uma em especifico falava de um casal. Uma dama de negro e um cavaleiro de branco que amavam-se e, por isso, haviam fugido para o meio do nada em uma tentativa de recomeço.
Sem muitos devaneios começaram a construir juntos o que parecia um lugar seguro.
Iluminaram tudo o que conseguiram com bolas de fogo; brincaram de pintar manchas aonde desce vontade; fizeram guerra de planetas, os espalhando; e em algum momento dedicaram-se a um planeta pequeno.
Com suas mãos fizeram seres que eram para os dois: filhos. Os quatro primeiros eram gêmeos com funções muito importantes, em seguida ou nem tanto, deram aquele planeta uma fonte de luz para o dia e um refletor para a noite. Pensando muito mais além do presente, fizeram alguém que cuidaria dos demais planetas e continuar acender estrelas por tudo. Em fim, deram todas as suas forças para terminar o seu adorável planeta.
Foi quando tudo começou a desmoronar que separaram os sentimentos bons dos ruins... para nunca mais fazerem qualquer outra coisa juntos.
Decilhão de anos passaram para chegar em uma tarde de domingo chuvosa em que o céu chorava, como se algo muito terrível tivesse acontecido.
São tantos motivos esperando para serem criados; tantos significados para serem atribuídos; tantas escolhas para serem tomadas; tantos corações para serem quebrados, tantos humanos para serem corrompidos.
Em uma tarde de domingo, chuvosa e triste. Uma ponte determinada a atravessar um rio não muito largo, esperava ser terminada. Nesta, encontrava-se uma garota ajoelha, como se estive cansada de correr; de fugir; (ou talvez) de um "talvez". Cansada das possibilidades incertas, ela soluçava em pensamentos e chorava em cada batida.
Essa garota levou um susto quando uma voz que poderia ser um sussurro veio de trás.
– Você está bem...? – perguntou, preocupado, um rapaz de cabelos negros a serem cortados.
– Não gosto desta pergunta, faça outra – responde amargo a garota que ali se encontra ajoelhada.
– Porque não gosta da pergunta, que fiz antes? – retribui, intrigado, o jovem desconhecido e um tanto curioso.
– Ela é vazia, não vai fazer diferença a minha resposta – disse a moça levantado, ou seria melhor dizer "recompondo-se", de mais um momento de vagos pensamentos dolorosos.
– Mas para mim faz – disse, ele, de imediato olhando diretamente para o rosto choroso da menina.
Ela ficou mais assustada que quando escutou a primeira pergunta, assim respondeu sem pensar: – POR QUE...!!?? – questionando o garoto ao seu lado, que agora olhava a água do pobre rio, ao mesmo tempo que questiona a si própria.
– Se você me dizer que nada está bem, vou sentar ao seu lado em um lugar bem menos molhado e perigoso para ser o seu "porto seguro". Então, vou repetir a pergunta: você está bem? – disse sabendo a resposta desta menina frágil.
– Eu não estou bem... Nada bem... – jogou-se contra o peito do desconhecido, pedindo um abraço. Lágrimas caíram no chão sujo, molhado e curioso com o que ali nascia.
Contudo, o moço está sem reação com que está acontecendo, mas, ele sabe de todas as opções, só não sabe qual escolher.