Eu vi o Papai Noel
Maquina de Contos
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 26/12/16 00:12
Tags: Natal
Avaliação: 7.93
Tempo de Leitura: 5min a 6min
Apreciadores: 6
Comentários: 3
Total de Visualizações: 1412
Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 828
Não recomendado para menores de dez anos
Notas de Cabeçalho

A história a seguir não foi revisada devido a pressa do autor em publicá-la e pode conter erros de português.

Capítulo Único Eu vi o Papai Noel

Você se lembra quando deixou de acreditar em Papai Noel? Percebi que muitas pessoas não se lembram, mas eu tenho a lembrança bem nítida na minha mente e acho histórias como essa que vou contar muito divertidas. Fui o último do meu circulo de amigos e familiares que descobriu isso, talvez porque tive que descobrir usando minha dedução lógica.

Lembro que minha relação com o Papai Noel na semana do natal era muito parecida com Tom e Jerry, Coyote e Papa-Leguas, Cebolinha e Monica, etc... Não porque eu odiava o Papai Noel, mas é que todo ano eu e minha prima tentavamos a todo custo vê-lo entregar os presentes em nossas casas. Eu e minha prima sabíamos que os papai-noeis nos shoppings e nas ruas eram na verdade pessoas comuns que ajudavam o verdadeiro Noel com a tarefa de saber quem foi realmente comportado ou não. Então todo ano eu fazia vigília em volta de casa... eu e minha prima... mas sempre falhamos, sempre tínhamos o momento de deslize: tomar banho e quando sair ver todos os presentes debaixo da arvore, ou sair com o nosso tio para comprar doces e na volta ver os presentes debaixo da arvore, etc... era divertido a surpresa de saber que o Papai Noel havia passado por lá e deixado os presentes sem ninguém ter visto, sempre surgia a pergunta “como ele faz isso?”, mas a frustração de nunca ter visto ele permanecia até o natal seguinte.

Acho que as crianças foram se cansando da frustração e acabavam inventando que tinham visto o Papai Noel, ou acabavam descobrindo a verdade e só queriam zombar de quem ainda acreditava, de qualquer maneira quando fiz 7 anos(dias antes do natal), um primo bem mais velho me disse que já tinha visto o bom velhinho adentrar em sua casa e deixar o presente debaixo da arvore e pra piorar minha prima e companheira de vigília também disse que havia visto o Papai Noel... Que merda! Eu era o único que não conseguia ver, todo mundo já tinha visto e logo acabei sendo corrompido pelo pensamento de que eu não precisava ver, eu só precisava mentir e dizer que vi!

A ideia parecia genial para mim, mas como um protótipo de escritor eu teria que elaborar toda uma história de tal forma que até eu acreditaria: na antevéspera de natal acordei de madrugada, fui até a sala e me imaginei escondido na escada que dava para meu quarto, vendo o Papai Noel chegar pela porta de casa escancarada com o trenó parecendo uma nave planadora, pousar rapidamente perto da arvore de natal, depositar os presentes estralando os dedos e fazendo cada um deles aparecer com a magia de natal debaixo da arvore. Logo em seguida subiria de volta no treno, olharia na minha direção e piscaria para mostrar que sabia que eu estava lá e sumiria no instante seguinte deixando um brilho parecendo pequeninos fogos no ar. Cheguei até imaginar uma cena final diferente onde o bom velhinho daria um gole numa garrafa de coca-cola após dar sua famosa gargalhada ao passar a mão na própria barriga, mas achei que seria forçar a barra.

Aguardei meus primos chegarem para o almoço do natal com seus novos presentes, esperei o pequeno momento de confraternização e comecei a falar toda a coisa incrível que vi na noite passada. O problema é que, diferente dos pais dos meus primos, os meus pais não deixavam eu mentir nem em relação ao Papai Noel e quando eu disse que o mesmo havia entrado na sala com seu trenó tecnológico parecendo uma nave do Star Wars, minha mãe apareceu na porta da cozinha censurando com o olhar que sempre faz quando percebe que estou com intenção de fazer algo de errado e, quebrando toda a minha narrativa fantástica disse “que papo de maluco é esse, menino? Para de falar besteira”. Todos caíram na gargalhada, tanto os meus tios quanto meus primos, eu fui o único que fiquei com cara de interrogação me perguntando como minha mãe sabia que era mentira...? e como todos os outros também pareciam saber que eu estava mentindo?

Só fui saber o porquê de tudo aquilo no ano seguinte, quando já desconfiado procurei não pelo Papai Noel, mas por onde os meus presentes poderiam estar guardados e veja que surpresa! O modus operandi do Papai Noel para esconder os presentes era o mesmo dos meus pais para esconder no dia das crianças e no meu aniversário: Esconder os presentes num quarto que usávamos como porão e que as crianças nunca entravam, meu único raciocínio diante da situação foi “preciso passar esse trote adiante”. Sim meus amigos, como um corno prodigioso fui o último a saber que o Papai Noel e meu pai tinham a mesma grafia, mas isso rendeu uma boa história e vocês não sabem o quanto é divertido ouvir histórias como essa, nunca é da mesma maneira e a criança sempre se comporta diferente ao descobrir.

❖❖❖
Apreciadores (6)
Comentários (3)
Postado 07/02/17 18:22

Acho incrivel que por onde passo, e tomo conhecimento de certas histórias do passado de colegas que também escrevem, sempre tem um fato marcante que nos sinaliza que desde cedo nossa imaginaçao nos dava algum sinal de que no futuro, aquela criança se tornaria alguém que escreve.

Ler teu texto me trouxe algumas lembranças de volta, não a respeito do Papai Noel, mas de uma situação que me peguei imaginando toda uma história mega detalhada para responder algo que eu não sabia.

Com sua licença, vou ali escrever sobre tais lembranças...

PS: Não me lembro se um dia acreditei em coisas que crianças geralmente acreditam, teu texto me deixou intrigada, tentando lembrar a razão por trás dessa descrença.

Postado 13/02/17 12:32

Verdade! hoje consigo ver que a escrita criativa e minha imaginação sempre estiveram presente de maneira subjetiva porém ativa na minha vida.

Uma história misteriosa sobre crianças com descrença precoce em lendas infantis, se não virar um "Os Fantasmas de Scrooge" já tem um ótimo enredo ai.

Postado 19/02/17 03:08

Imaginação, é algo tão profundo, amei esse texto, sério!

Postado 19/06/18 23:24

De fato, você estava muito ansioso pra postar esse texto, hehehe. Mas não digo isso pelos erros de português, que foram poucos, mas sim pela "rapidez" que a história acabou. Para mim, esse texto podia ser mais detalhado, o que faria o leitor ainda mais inserido na história e ser capaz de sentir tudo o que o personagem sentiu.

Inclusive, muito me impressionou esse personagem. De fato, ele é um prodígio pra pensar em tudo isso, hehe. Muito bom!

E bacana, gostei do texto. Leve de ser lido, com uma pegada feliz (isso é tão raro nesse site).

Parabéns pelo texto e obrigado por compartilhá-lo conosco.