Apenas... Escureceu.
Você percebeu?
Não, não lá fora.
Entendeu agora?
Aqui dentro...
Se no epicentro
Desta escuridão
Restou algo? Não.
Ao menos, creio eu,
Que em meio ao breu
Sobrou apenas o vazio
Frio, sombrio,
Onde respostas ou ainda
As perguntas que tinha
Tudo se turva
Em uma apatia absurda
Tão densa, tão escura
Que cicia loucura
Onde a náusea perdura
E nas sombras se depura.
Perdão pela indiferença:
Mal sinto sua presença...
Agradeço por se importar
Mas não existe lugar
Para você na tenebrosidade
Da qual agora faço parte.
Não se preocupe
Nem se culpe
Por não conseguir me encontrar
Nas trevas do meu olhar
Ou não me demover
Deste irrefreável obscurecer
Com palavras bem-intencionadas
E pelo vácuo engulfadas.
Não espero que entenda
Nem nada; não se ofenda.
Só... Vá. Vá em paz.
Não precisa olhar para trás.
Se perguntarem de mim
Por gentileza, diga assim:
"O que aconteceu?
Apenas... Escureceu".