Eu não tenho mais inspirações
E nem mais vontade de escrever
Eu não tenho mais meus dedos saudáveis
Ou uma mente instável para onde eu possa correr
Eu não tenho mais, os antílopes brancos
Que correm entre minhas veias
Me trazendo novas perspectivas
Eu não tenho mais os lobos
Que me dão medo e coragem
E tudo que eu possa sentir numa só madrugada
Eu não tenho mais, o espírito
Que guia e faz crescer a minha floresta interior
Eu não sei mais aonde fica a entrada
Para o jardim de desejos
Eu não sei aonde eu perdi os meus ansejos
Eu, hoje, só tento ver o literal
Não sei mais nenhuma metáfora
E o amor pra mim, perdeu todo e qualquer sentido
Meu pensamento vai se descrevendo assim
Todo introvertido
Quando na verdade ele queria gritar
E eu falo de mim mesma,
Em primeira, segunda, terceira
E quantas mais pessoas possam haver dentro d'alma
De segundo em segundo,
Neste transe imundo,
Eu sinto que meu pássaro prateado se desprende de mim,
Só para que eu possa estar aqui,
Dizendo isso para quem quiser ouvir
Ou ver, ou ler, ou que diabos você queira fazer
Apenas tente entender
Que é tão difícil pra eu, (ser)
Atualmente, escrever sempre, pois as letras querem ir embora
E elas estão de mal,
Talvez só retornem para meus dedos, no Natal,
E se, elas não retornarem,
Eu tomarei medidas drásticas,
Não se preocupe,
Não sei mais se isto é um poema lírico,
Ou lágrimas traduzidas
Perdoem-me por qualquer coisa
Não entendida
Meu espírito ainda não despertou minhas árvores,
Elas não acordaram para me dizer
Qual é o próximo passo,
Só espero que por fim,
Eu não me torne um completo fracasso
E nem que esse falatório termine assim
Sem concordar com nada
Que eu planejava (no começo) dizer sobre mim.