Órfã de poesia
6 de Janeiro
Tipo: Lírico
Postado: 09/12/16 16:41
Editado: 09/12/16 16:54
Gênero(s): Drama Poema Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 7
Comentários: 3
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Palavras: 306
[Texto Divulgado] "Não Pare de Olhar" Uma mulher, isolada em seu apartamento, começa a acreditar que está sendo observada por alguém no prédio em frente. A paranóia começa a crescer levando o limite entre sanidade e loucura se tornar cada vez mais tênue.
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho
Capítulo Único Órfã de poesia

Eu não tenho mais inspirações

E nem mais vontade de escrever

Eu não tenho mais meus dedos saudáveis

Ou uma mente instável para onde eu possa correr

Eu não tenho mais, os antílopes brancos

Que correm entre minhas veias

Me trazendo novas perspectivas

Eu não tenho mais os lobos

Que me dão medo e coragem

E tudo que eu possa sentir numa só madrugada

Eu não tenho mais, o espírito

Que guia e faz crescer a minha floresta interior

Eu não sei mais aonde fica a entrada

Para o jardim de desejos

Eu não sei aonde eu perdi os meus ansejos

Eu, hoje, só tento ver o literal

Não sei mais nenhuma metáfora

E o amor pra mim, perdeu todo e qualquer sentido

Meu pensamento vai se descrevendo assim

Todo introvertido

Quando na verdade ele queria gritar

E eu falo de mim mesma,

Em primeira, segunda, terceira

E quantas mais pessoas possam haver dentro d'alma

De segundo em segundo,

Neste transe imundo,

Eu sinto que meu pássaro prateado se desprende de mim,

Só para que eu possa estar aqui,

Dizendo isso para quem quiser ouvir

Ou ver, ou ler, ou que diabos você queira fazer

Apenas tente entender

Que é tão difícil pra eu, (ser)

Atualmente, escrever sempre, pois as letras querem ir embora

E elas estão de mal,

Talvez só retornem para meus dedos, no Natal,

E se, elas não retornarem,

Eu tomarei medidas drásticas,

Não se preocupe,

Não sei mais se isto é um poema lírico,

Ou lágrimas traduzidas

Perdoem-me por qualquer coisa

Não entendida

Meu espírito ainda não despertou minhas árvores,

Elas não acordaram para me dizer

Qual é o próximo passo,

Só espero que por fim,

Eu não me torne um completo fracasso

E nem que esse falatório termine assim

Sem concordar com nada

Que eu planejava (no começo) dizer sobre mim.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Deve ser o primeiro que eu fui escrevendo a medida que eu fui sentindo, isso mudou de rumo pelo menos umas quatro vezes, nem eu entendi nada, então, se você teve paciência, para ler todo esse texto gritado, obrigada.

Apreciadores (7)
Comentários (3)
Postado 10/12/16 04:49

Olá.

Tão depressivo, interior e contraditoriamente bonito..

Parabéns. Não há do que se desculpar.

Obrigado!

Postado 16/12/16 01:00

Fico tão feliz que deu vontade de beijar sua alma todinha <3

Postado 10/12/16 17:11

Eu concordo com o que texto diz. To numa dessas ultimamente. Bela escrita usando a natureza.

Postado 16/12/16 01:01

Obrigada mesmo, que bom que se reconheceu nas minhas linhas. <3

Postado 26/02/17 20:23

Srta Janeiro, mesmo assim, tão introvertida, perdida, ferida... És apaixonante. Seus textos embriagam minh'alma de um modo que faz meu corpo corar e s boca se entreabrir em um misto incerto de assombro e deleite. É simples e essencialmente belo, ainda que neste caso soturno e até revoltado, mas ainda assim belo, tanto quanto a senhorita o é. Como autora, pessoa e mulher.

Parabéns uma vez mais, e muito obrigado por inibriar-me novamente com o cálice de sua maestria.

Atenciosamente,

Um ser orfão de vergonha na cara, Diablair.