Minha retina se rasgou
Pois eu via as coisas
E elas não faziam sentido
Para a neblina que controlava a minha mente
E eu coçava e coçava e não ia embora
Aquela dor
Minha retina se rasgou, caiu entre meus dedos
Todas as promessas e desejos
Que eu tinha em relação a você
Caíram e escorreram junto com as lágrimas
É um CISCO, é um ódio
É uma vontade de te sufocar com aquela fronha
Que podia ter sido nossa
Minhas duas descobertas deliciosas
Trocando suas sensações bem na minha frente
E eu, de repente, surto instanteneamente
Sem deixar transparecer
Durante a noite toda,
Meus olhos me avisaram:
- Vire pr'outro lado,
Comece a dormir
Logo você se esquece...
Mas essa psicologia
Aparenta não surtir efeito em mim,
A lua dorme e o sol desperta
Meus olhos deixaram de travar rixa
Com outros dois pares de olhos negros
E agora, é a dor na cabeça,
Na alma,
No peito,
As borboletas estomacais que apodreceram
Infelizmente, já não me encontro indecisa
Mas emputecida
E, e a raiva, estando tão enaltecida
Me faz querer colocar as memórias todas para fora
Como um espirro, ou dois, ou três, ou cem
É que o amor é sintomático,
assim como dor nos olhos
e coração quebrado
E agora, estou com alergia, ao amor
Ao gostar
E a outras drogas corriqueiras
Que me pegam de surpresa,
Sempre que eu resolvo querer me entrosar.