Paredes da alma
Pedro de Andrade
Tipo: Lírico
Postado: 30/11/16 06:43
Gênero(s): Poema
Avaliação: 9.2
Tempo de Leitura: 54seg a 1min
Apreciadores: 8
Comentários: 2
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Palavras: 145
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Paredes da alma

As paredes eu percebo

Sinto-as e as vejo.

Todavia, elas não mais existem.

Por que em minha visão persistem?

As quebrei, levei anos.

Não estão lá, eu provei.

Mas não sei...

E se?...

Não! Eu as faço existir.

Sou fruto de mim, uma construção.

Quebrar as paredes,

Na vida foi minha razão.

Agora, eu crio minha escuridão.

Sou quem me assassina.

Pois, não consigo aceitar

Que superei meu estigma.

Talvez eu não seja realeza,

Mas imensurável é meu valor.

Porque tudo em mim

Fui eu que construí.

Vim das cinzas,

O último a iniciar a corrida,

O que por acaso recebeu a vida,

Aquele que sobreviveu à sangria.

O fogo acha casa em mim,

Ascende minha alma

Em um potencial sem fim.

Paguei o preço.

Posso ser louco,

Posso até não ter um norte.

Porém, a única possibilidade

Da impossibilidade do ser é a morte.

❖❖❖
Apreciadores (8)
Comentários (2)
Postado 05/12/16 21:36

Paredes, grilhões, correntes, costuras, viseiras... Tudo isso é auto imposto e alimentado pelas dúvidas, medos, traumas e sofrimentos de cada um. Estamos errados em fazer isso? Em permitir isso?

Não sei. Nunca soube. Só sei que é o que ocorre e predomina. E como o niilismo de certo modo me toma o cerne constantemente, sou o menos indicado para de fato comentar este poema. Mas, ainda assim, ele me apeteceu e lhe congratulo por sua concepção, Sr Pedro.

Atenciosamente,

Um ser enclausurado e esmagado pelas muralhas, Diablair.

Postado 30/01/17 00:36

Escreve muito bem, tocou minha alma <3