É no silencio das almas perdidas que a sombra se esvai
pelo sino silencioso das igrejas que não mais se abrem
aos mendigos e famintos da palavra
vagando como almas vendidas por um judas embriagado no asfalto
os dias passam por essas almas como um pesadelo mortal
os desvalidos e maltratados pela vida cruelmente massacrada pela hierarquia do nada
os vermes esperam por todos e famintos
quem não será comido?
o poeta falido com seus escritos
a mulher profanada na esquina
a donzela que se alivia no escuro
o patrão que se esquiva da mulher não mais amada
os vermes esperam pelas almas perdidas que somos
o materialismo vence enfim o inimigo bondoso
o ter governa o ser que definha em mesquinharias
grandioso espasmo de gananciosos a roubar os sentimentos alheios
e já não se vê pelas ruas nenhuma palavra de bondade
o altruísmo chora por toda a humanidade.