Alto Falante no Ônibus
Maquina de Contos
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 18/11/16 13:47
Editado: 21/11/16 22:11
Gênero(s): Comédia Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 4min a 6min
Apreciadores: 1
Comentários: 1
Total de Visualizações: 940
Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 725
Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

Esta história faz parte de uma série chamada "Se Eu Contar Que é Um Conto..." é uma série de contos humorísticos onde o autor zomba de si mesmo ao narrar suas histórias mais absurdas em situações que, a principio, deveriam ser comuns. A cada conto, uma aventura absurda é narrada deixando o leitor se questionar se aquela história é verídica ou obra de uma ficção.

Capítulo Único Alto Falante no Ônibus

Outro dia, enquanto eu ia pro trabalho me deparei com uma tragicomédia onde só o cotidiano da vida real pode proporcionar; havia acabado de entrar no ônibus e logo me encostei na catraca, uma vez que estava cheio e os assentos estavam ocupados por idosos e um rapaz aparentando ter uns trinta anos sentado dois bancos após o cobrador.

Haviam se passado dez minutos de viagem e comecei a ouvir um funk que parecia sair de um radio de pilha vagabundo e se misturava ruidosamente ao ronco do motor do ônibus; logo Benito, o cobrador; Suzana a gravida que estava cochilando; Benedita, a idosa sentada um assento a frente e eu viramos diretamente para o individuo que sentiu a tensão, mas pareceu ficar mais a vontade com ela.

Não esperando a música terminar o "incomodo" mudou a música para o que seria aqueles trotes mal-feitos que ouvimos no radio. Percebi uma placa de "proibido aparelhos sonoros" bem do lado da placa de "proibido fumar", lá na frente do ônibus na parte de cima, mas o cobrador que deveria cuidar disso só entortou o canto da boca e ignorou a todos que lhe cobrava com olhares esse serviço.

Bem, restou a mim, o trabalho de cuidar deste tapado; peguei minha câmera digital e comecei a filmar o que achei que ia dar num dos videos mais vistos do youtube.

-Bem, como podem ver estou no ônibus, indo trabalhar, só que existe um ruido a mais se misturando com o barulho do trânsito, alguém esta ouvindo música no alto-falante do celular e não se toca que ninguém quer ouvir e pior... não percebe que é proibido aparelho sonoro no ônibus - Nesse momento dei um zoom na placa de proibido aparelho sonoro e logo voltei para o rosto do "meliante" - Além de estar desrespeitando a lei também não respeita os passageiros que não querem ouvir funk - conforme eu falava, ia focando o zoom no rosto do rapaz que havia me ignorado de inicio, mas que agora demonstrava profundo ódio na testa franzida - não é nem por ser funk, poderia ser rock, pagode, tecno, gospel, pop, etc... ele não estaria respeitando os outros passageiros além de contribuir com a poluição sonora, porque não importa se o cara tem um sistema de som de última geração, dentro do ônibus só vira um chiado.

Nesse momento passei pela catraca e peguei um fone de ouvido na minha mochila, todos os outros passageiros ou riam de mim ou ficavam com medo da atitude que o rapaz poderia tomar..

-Acredito que este rapaz não tenha quinze reais pra comprar um fone de ouvido piratex - apesar de conseguir um celular 3G - pois não é possível que ele esteja curtindo todo esse barulho, por isso vou fazer minha boa ação do dia e doar meu fone de ouvido pro coitado...

Olhei pro rapaz que tava bufando de raiva, eu tava com a mão estendida sacrificando meu fone de ouvido pelo humor com um sorriso falso no rosto e me equilibrando para não cair, já que na outra mão estava a minha câmera. Achando que essa história acabaria bem mandei um "...e que isso não se repita, ok?".

Logo em seguida cai pelo tranco que o ônibus deu e pelo soco que recebi do "sem noção", dai em diante foram socos e chutes pra todo lado, todo mundo entrou na briga, uns entraram pra apartar, outros entraram pra tumultuar. Sobrou pro Benito, pra Suzana, pros pedreiros que haviam acabado de entrar e até para Benedita que foi vitima de "punho perdido", no final o ônibus foi parado e graças ao motorista, fui jogado pra fora de lá, todos sabiam que aquele com o celular no alto-falante era culpado, mas me culparam por pertubação da ordem pública(?) vai saber... só pedi minha câmera batendo na janela e vi ela sendo arremessada pelo "vacilão do alto-falante", procurei o cartão de memória, mas vi que ele havia se fragmentado em vários pedaços.

Existe uma moral da história? Não tentar dar uma de engraçadinho com funkeiro? As pessoas estão cada vez mais individualista? A moral do brasileiro esta cada vez mais perturbada? sei lá! perdi meu fone, minha câmera quebrou, cheguei atrasado no trampo e se eu ver esse cara de novo arrebento a cara dele, não sou o mais indicado pra dar uma moral nessa história, se vira ai.

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Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 21/11/16 11:04

UDHUEHUEHDUEHDEH

E eu lendo até o final esperando uma moral! Gostei da tua narração. Me diverti no final com essa de deixar para o leitor imaginar. Adoro contos "cotidianos" assim.

Bem-vindo a Academia de Contos! <3

Postado 21/11/16 12:24

ahuahuahauha

Muito obrigado. Nem sempre consigo fazê-lo, mas gosto de trabalhar com finais inesperados. Gostei muito de como todo o site funciona.