Maternal
Maria Vitoria
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 17/11/16 23:45
Gênero(s): Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min
Apreciadores: 6
Comentários: 3
Total de Visualizações: 790
Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 173
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Maternal

Nada de contra-argumentar, expor seus próprios pontos de vista, se expressar, agir à partir de suas próprias idéias. Na influenciabilidade de uma obediência cega, me tornei um casulo solitário. Um pássaro sem asas. Um amor sem reciprocidade.

Diante de uma imposição materna, tudo o que eu tinha era a essência da raiva mesclada com a covardia infantil. O medo do olhar repressor, o pavor da negação perante uma exposição de liberdade... Tudo o que sou, ainda é tão pequenino, tão mínimo comparado ao que deveria ser gigante. Uma imaturidade emocional. Uma lacuna nunca preenchida. Uma cólera cultivada com flores.

Eu me rego, na esperança de uma crescente fortaleza enraizada na coragem de enfrentar o mundo. Mas, eu ainda peco, quando deixo os pesadelos infantis me dominarem a tal ponto que não posso me permitir me tornar adulta.

É tudo um processo. Uma espécie de alvará sem licenciamento, que cresce e se forma, na medida que eu na posição de filha vou me libertando das amarras do:

"cala a boca, você só fala merda."

❖❖❖
Notas de Rodapé

Jamais oprima as ideias ou a personalidade de alguém, é tudo o que eu lhes peço.

Apreciadores (6)
Comentários (3)
Postado 18/11/16 14:41

Profundo! Muito interessante, gostei!

Postado 28/11/16 16:24

Brigadão Lucas :)

Postado 22/11/16 22:42

Sinistro! (No bom sentido... Falo sinistro para tudo :) )

Gostei bastante da reflexão. Parabéns!

Postado 28/11/16 16:24

Obrigada Flávia!

Postado 25/01/17 20:52

Olá

É proibido e descabido falar da mãe. Não a xingue, não a odeie, não desgoste, ela é protetora, ela é a única que se importa, ela sempre vai lhe aceitar, ela sempre tem razão, mãezona, mãe.

E o Édipo Rei, há tanto tempo em questão fazendo (a nós) acreditar até no desejo e anseio sexual por nossas mães.

E quando a mãe é ruim? E quando a mãe não quer ser mãe? E quando a mãe o odeia? E quando a mãe o maltrata? A resposta é simples: mãe é mãe, abaixa a cabeça, filho.

Enquanto houverem mães, família, acumulação primitiva de capital: tudo isso vai ser só isso e nada mais que isso.

É uma pena, mãe.

Adorei seu texto

Obrigado.

Postado 07/02/17 10:03

Mãe é mãe. Aceita filho!

Obrigada por comentar, Romão :)