Meu peito dói, meus olhos não distinguem o ser de sua essência e meus pulmões exalam um ar maldoso de masoquismo. Estou tonto e desmaio. Caí na minha própria sombra, que agora esvairece no luar da noite. Passaram-se muitos anos desde que te vi, solidão; talvez há mais de 20 anos, nos meus vinte e dois de nascença.
Sou um pedante, mendigo, jogado na lama e julgado fedido, feio e vadio. Arde minha barriga, mas não de fome, de uma ânsia de querer - como nos filmes de Bergman ou Malick -, que merda é a vida. Em um momento sorrio, no'utro morrio (permita-me prática do neologismo) (desculpe).
Como um gato, mas um gato no cio, corro em direção à gata. No final das contas e cotas, a gata não era gata, era bicho, bicho-da-seda, que escondido na parede jogava sua teia. Meu bicho-da-seda agora é ara-n-ha. Com minhas pequenas patas ou seja lá o que for, a bunda de-teia, teio a vida na sala. No canto da sala. E canto que eu canto - canto sobre tristezas e textos difíceis.
Anseio a morte! Abre alas para o samba de minha consciência - que como numa trip de fantasia hoffmaniana -, dança nas ruas do Rio, rio. Exasperado pela luzes do nascer do dia, que essas pessoas tontas, loucas, saíam logo da minha frente!
No fim do nascer do Sol; o formol que me deixa tonto, extasiado, maluco e contraditado. A revolução pautada por características extraordinárias, agora, acontece extraordinariamente na rua.
Eis então, uma imagem, sombria e escura que mais parece um bebê horrendo chorando. Sou eu? Morte. Acaba por ser assim, o fim do meu sonho.