As almas sob o úmido.
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Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 31/10/16 18:08
Editado: 31/10/16 18:31
Gênero(s): Terror ou Horror
Tags: Concurso
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 4
Comentários: 2
Total de Visualizações: 767
Usuários que Visualizaram: 10
Palavras: 411
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Concurso

Capítulo Único As almas sob o úmido.

É muito possível que este conto não te proporcione nenhum sentimento amedrontador.

As portas e janelas da casa de três andares de Ernesto já tinham sido fechadas por pesadas tábuas de madeira lotadas de pregos e farpas, as quais libertariam o sangue do dedo que passasse por elas. Os bens mais caros estavam empilhados em torres no segundo andar, onde o quarto do homem ficava: jóias, colares, espelhos, taças, copos de vidro e pratos, tudo o que era mais valioso para ele. Ernesto queria que a casa parecesse desocupada para os que passeassem pela frente da moradia. Outro motivo para aquilo tudo era confundir os fantasmas que procuravam por ele.

Ele tremia apavorado em cima da sua cama, no seu quarto, com medo de que os perseguidores não caíssem na encenação da casa e lhe dessem um belo susto pelas paredes. Ernesto não aguentava mais aguardar os fantasmas assassinos, o homem nem sabia se eles iriam ou não ao seu encontro, ou se todas aquelas ameaças contra ele foram sim brincadeiras feitas para mexer com o psicológico do homem, e não algo sério.

Com a luz da vela em seu rosto, ele refletia sobre o porquê de ter pulado em cima da terra úmida do bosque, causando abalos por todo o solo, o que causou a fúria dos fantasmas que dormiam embaixo dela. As palavras e xingamentos das três figuras fantasmagóricas não saíam da sua cabeça: “De noite a luz não se acenderá mais”, ou então: “Das janelas você verá atravessar nós todos, e te deixaremos branco como a folha de tanto te assustar”.

Mais tarde, pouco depois de um curto cochilo acidental do homem, este abriu os olhos e deparou-se com duas almas peladas na sua frente, no pé da cama. Elas flutuavam sobre o chão e mantinham um olhar falecido para Ernesto. Sem saber o que falar o homem formulou a única pergunta que era preciso questionar naquele momento:

-Não eram três fantasmas? – Disse o apavorado.

No mesmo segundo que ele disse isso aos dois que jaziam na sua frente, a casa inteira tremeu, e as tábuas que trancavam as janelas e portas despenharam ao chão. Do terceiro andar, foram escutadas batidas muito fortes, as quais estavam causando a destruição de toda da moradia.

Minutos depois dos tremores começarem, todo o último andar desabou sobre o corpo de Ernesto, esmagando-o e desfigurando o seu rosto. Mais tarde, toda a casa desmoronou, enterrando o homem para nunca mais ser achado.

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Apreciadores (4)
Comentários (2)
Postado 03/12/16 13:26

É. Interessante. Só o final que merecia algo mais, na ninha concepção. Parece inconclusivo.

Postado 24/11/17 05:21

Sr Nathan, a leitura de suas obras tem me proporcionado bastante entretenimento. O senhor tem ideias admiráveis e conduz as histórias de um modo fluído, dinâmico e envolvente. Obviamente, este belíssimo conto não foi exceção.

Começando com a forma inusitada que se deu a maldição do pobre Ernesto, passando pela sua reação bizarra e seguindo pela finalização literalmente destruidora, este conto me apeteceu completamente. Me tornei fã da sua escrita, cheia de reviravoltas, ironia e principalmente abordagens inesperadas.

Olho por olho, dente por dente... E pulos por pulos. Muito bom! Realmente muito bom! Meus sinceros parabéns!

Atenciosamente,

Um ser que salta em cemitérios, Diablair.

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