Sinto, vejo, creio,
Continuo a ser humano.
Todavia, ainda sou criança,
Acredito e creio na esperança
De fugir das ruas, desse destino desumano.
Sem pai, sem mãe, sem família.
Sofro em silêncio minhas dores;
Vago sem rumo pela calçada, angustiado,
Sendo despercebido pelas pessoas, vagando calado.
Oh, cidadania, aonde você foi?
Pés descalços, roupa rasgada, cabelo despenteado,
Assim vou seguindo minha vida na rua.
Corpo encolhido durante o frio, sob o luar,
Ansiando avidamente pelo quente sol a me acordar,
Para que possa fugir do frio da lua.
Meu único sonho é poder ter
Uma casa aconchegante para morar,
Ter uma irmã e um irmão,
Mas estou só, preso nessa solidão,
Sem ter pais para amar.
Oh, cidadania, aonde você foi?
Por que me deixou sozinho?
Oh, cidadania, aonde você foi?
Por que me deixou abandonado à procura de carinho?