Pontes, plantações e vadia
Estou cansado
Atolado, pois todo o meu certo
Não dá em nada, apenas fico
Com esta coisa mascarada
De que um dia tudo será encachado
Mas até agora, me sinto sendo amassado
Pois eu só dou errado
E só tenho a poesia
Que vadia, pois ela não é só minha
É de todas as pessoas
E minha poesia não é curta
E as pessoas gostam de coisas curtas
E minha poesia não pode ser curta
Pois não tenho sentimentos curtos
E eu não encaixado
Um quebra cabeça
Que não se encaixa
A peça ainda me falta
Mas a probabilidade,
De que sou um defeito
Pois não sou aceito
Em nenhum peito
Não consigo ser ladrão
Para roubar uma emoção
Não posso ser ladrão e roubar coração
Sou demasiadamente educado
Quero algo que que venha dela
Pois já me roubaram, e no final
Quando se recupera, não é mais o mesmo
Impossível ser igual, depois do estrago
Qual o preço que é pago?
Pois me mantenho, mas o que tenho?
Qual recompensa, por não fazer o que jugo certo
E me conservar, para quem quiser me amar?
Qual a recompensa do segredo pesado?
Num mundo onde o amor não é valorizado
Onde por onde passo, com quem converso
Esse alguém encontra o seu laço
E muitas vezes essa pessoa que o encontrou
Me tirou um pedaço
O mundo não é cruel
As pessoas o fazem ser cruel
Não queria um apego
E a ponte que nós construímos parou
Na metade, e tudo desabou
Só que apenas o meu lado
Se importou
E como doeu, pois, eu não consegui dizer adeus
Ela não se importou
E como não vou falar
Não está a se importar
Outra encontrou, aquele que dela de verdade gostou
E antes estava como eu, agora tem romeu
Nas palavras eu encontro
O que na vida só tenho desencontro
Não tenho ninguém a fantasiar
Apenas um sonho pela noite esperar
Que venha um conforto
Pois caso não venha,
Basta um sopro
Que sou lançado por aí
Como um dente de leão
Fico espalhado
Sem nada planejado
Sem a chance de ser remontado
Muros protegem
Pontes conectam
Mas como dói, quando uma ponte
Não é terminada, ou depois que constrói
É desabada, pois hoje em dia, relacionamentos
Não se sustentam, eles ficam incompletos
E eu fico com eles nos pensamentos
Pois sou uma peça sem encache?
Ou em vez de quebrar a cabeça
Sou um, quebra coração
Quebram quebram sem alguém que se preocupe
E eu sinto, mas não posso cobrar
Aquilo que não tem, só me corrói
Por que alguém sempre me destrói
Sem piedade ou misericórdia
Sem remorso, e eu reforço
Que nada adianta, pois eu planto para dois
Mas antes de regar, a pessoa não chove mais
E depois a plantação morre
E apenas um sofre
E o outro parte
Fico sozinho a tarde
Como dói fazer arte do horror
Que apenas você sente, e aquelas pontes inacabadas
Plantações não mais regadas,
Meus pedaços roubados
Outros avoados
Nada disso responde
Se sou defeito de fabricação
Ou apenas um quebra-coração?
Onde nunca me encaixo
E por onde tento, fico alento
E me esforço, mas no final
Sou assaltado, não sou mais regado
A ponte é abandonada,
E fico inacabado, desacreditado
E a pessoa segue, como se nada tivesse acontecido
Queria eu o futuro ter visto
Para impedir este delito
Que é me roubar
E me deixar assim, para o vento
Me espalhar como um dente de leão
Onde não há mais como recuperar
Apenas outro plantar
Mas como antes não é
Mas a dor continua
E a vida segue, eu sem ninguém
Apenas com a vadia da poesia
Só tenho ela, e todos tem ela
E dela não me despeço
Mas peço, que chegue logo
A menina que me será
A minha única poesia,
Que apenas minha será
E até lá, a poesia continua sendo uma vadia
Pois todos a vem nua
E ela sempre tem uma magia
Mas quero a poesia que será só minha
E que a nudez do coração irei conhecer
E irá muito além de paixão a enlouquecer
Eliézer Viajante do Tempo