A menina sempre calada era uma mera ilusão. Seu interior era repleto de pensamentos duvidosos, dos quais ela não sabia e não conseguia se livrar. “Será que serei bem recebida?”, “Será que minha voz é agradável?”, “E se ninguém gostar? Eu não quero pagar um mico... De jeito nenhum!” Esses eram alguns dos vários pensamentos que atordoavam a jovem moça diariamente. Invejava os pássaros que, pela manhã, soltavam seus belos cantos recepcionando o amanhecer. Ela queria ser como eles. Queria cantar. Ela queria apenas esta liberdade.
— Cantar seria para mim o que é voar para os pássaros.
E então voou.