Reminiscência
Giordano
Tipo: Lírico
Postado: 21/10/16 16:08
Gênero(s): Poema Romântico
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min
Apreciadores: 8
Comentários: 3
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Palavras: 350
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Reminiscência

Minto e repito

"Não fazes parte de minha história..."

Piada!

Nada doce, diga-se de passagem, e muito amarga

És não só parte, mas constituinte do que digo ser memória,

Não és minha cara metade, longe disto,

Mas, tens de tudo um punhado de verdade.

Foste minha dor, inevitável que não,

Paixão? Claro.

Atualmente és, em falta, um coração.

Foste mais do que sincera

Foste? Não, foste não, és bela,

Já senti seres curta e grossa,

E, quando aos prantos, dengosa.

Indecifrável por tantas vezes,

Oblíqua também,

(Para não perder a chance de citar Dom Casmurro)

Em tirar minha paciência? Mais que especialista

E, ainda sim, sempre me tornando mais leve,

Te digo um verdadeiro empuxo.

Roubou-me palavras,

Teu riso já me nocauteou inúmeras vezes,

E quando me olhava atravessado,

Deixava-me completamente estonteado.

Enquanto havia teu aroma, eu era quase todo adrenalina,

Um pouco inconsequente e um resto de dopamina.

Sabias como ninguém reter minha atenção

E apesar de tanto tempo passado,

Ainda não aprendi a desprender-me do teu rosto delgado

Tens-me de tal modo insconsciente

Que ainda agora escrevo-te nestes versos incoerentes.

Se os humanos por algum descaso

Ou por reles necessidade

Criaram a ideia de perfeição

Para equiparar-se talvez

E dizer que sempre há como ser melhor,

Digo-te que foste perfeita para mim

Naqueles momentos,

No nosso tempo gasto juntos,

Não me arrependo de termos acabados,

Creio ter sido melhor para ambos,

Às vezes o querer bem não é o suficiente

E saber quando seguir caminhos paralelos

Pode ser melhor que nos desgastar entre os espinhos

De um caminho que ninguém escolheu seguir.

Dito tudo isto,

Ainda tenho que reafirmar,

Apesar de saber que vamos melhor assim,

Percebo que essa tua maldita perfeição

Ainda afeta a mim,

Não é por algo ser o correto

Que se torna mais fácil,

És parte de quem sou,

De quem fui

E outrora,

Talvez venhas a ser novamente o presente,

Mas não agora,

Agora és a culpada por essa insolúvel solidão

Por essa amarga ferida,

Que apesar da consciente ida,

Afeta-me e torna corrompido o meu estado.

Não arrependo-me,

Mas dói ter amado.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Inspirado no poema Memória de Drummond e Do Amoroso Esquecimento, Mário Quintana.

Agradeço a leitura! ^^

Apreciadores (8)
Comentários (3)
Postado 21/10/16 19:11

Olá!

Adorei o poema! Ficou muito bom, falou cá dentro para mim. Memórias antigas, hehehe. :') Queria ter algo melhor para dizer... o_o

Inteh! o/

Postado 21/10/16 19:21

Já está ótimo hahaha

Muito obrigado, Soraia. ^^

Postado 12/11/16 21:29

Tu só sabe escrever coisa linda, viu!

Postado 12/11/16 21:37

Naaah, é brisa tua! xD

Postado 04/12/17 15:50

Queria pegar esse poema e colocar dentro de um potinho, só para poder lê-lo todos os dias. Vou te poupar de novamente ler sobre meu blá-blá-blá de te admirar e do quanto amo tuas obras.

Primeiramente [FORA-TEMER], quero dizer que as inspirações para este poema foram as melhores possíveis. E, não somente nesta obra, mas em tantas outras de sua autoria, que transpiram uma estupenda influência de meios externos, possuem uma característica particular sua; uma marca que só você consegue deixar.

Em seguida, quero dizer que a melhor maneira de falar sobre alguém, é escrevendo sobre ela. Mesmo sem saber quem é a ela do poema, consegui entender sobre sua essência e o que significou para o eu-lírico. Às vezes, aquilo que mais nos marca não precisa ter nome, só precisa fazer sentido. E é isso que senti em diversos momentos desta obra. A descrição dela foi incrível. Não posso negar que me identifiquei com algumas características, rs.

É engraçado, porém melancólico, o quanto alguém pode permanecer a nossa volta, mesmo depois de partir. Parece que o cheiro, as manias, o sorriso e olhar, permanecem em nossa alma após a pessoa desaparecer. Não podemos duvidar do quanto o amor pode nos marcar.

Algumas idas acontecem por serem necessárias; porque ambos precisam disso. Contudo, é como o eu-lírico disse:"Não arrependo-me,/Mas dói ter amado." Não se pode escapar de um término sem algum tipo de ferida. Quando amamos, ficamos expostos ao fogo para sermos queimados, pelo simples fato de que não somos donos de ninguém.

O amor é incrível, mas pode deixar feridas incuráveis.

Meus parabéns pela obra extraordinária, Gio!