O parque
Kallya
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 17/10/16 22:13
Tags: Halloween
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 6min a 9min
Apreciadores: 2
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Palavras: 1082
Não recomendado para menores de dez anos
Capítulo Único O parque

Um suspiro resignado saiu de seus lábios ao se deparar com a entrada do parque. Ainda não era noite mas o céu coberto com nuvens negras de chuva estava ficando cada vez mais escuro, uma tempestade estava pra cair, e pelos ventos que faziam seu cabelo voar em todas as direções, não iria demorar.

Um arrepio percorreu todo seu corpo ao passar pelo portal da entrada, não gostava de andar por aquele caminho a noite, principalmente sozinha, mas era o caminho mais rápido ate seu apartamento.

Olhou o céu novamente, as nuvens cada vez mais escuras nunca eram um bom sinal, aliais nada ali era um bom sinal pensou enquanto apertava o casaco ainda mais em volta do corpo, e se arrependendo de ter visto aquele maldito filme de terror na noite passada.

Caminhava rápido pelo caminho pavimentado , o som de seus passos era abafado pelo barulho do vento balançando os galhos das arvores centenárias limpando-as de suas folhas. O lugar, normalmente era tranquilo mas todo o clima de paz e tranquilidade já tinha ido embora a muito tempo, agora reinavam silêncio sombrio, não havia mais mães empurrando seus carrinhos de bebês ou donos levando seus cachorros para passear, nem mesmo nos corredores de carteirinha estava ousando dar uma volta pelo lugar.

Quanto finalmente viu a ponte de pedra no meio do parque uma fina névoa cobria todo o chão ,quase metade as luzes estavam acesas mas muito pouco adiantou para amenizar a a escuridão que parecia se arrastar com a noite. As figuras esculpidas em pedra aparentavam ganhar a vida naquele cenário fantasmagórico, até mesmo o vento parecia ter parado, todo o seu corpo gritava pra continuar andando mas tudo o que sentia era o coração batendo forte e o medo gelando todas as partes de seu corpo. Um pequeno barulho, apenas um galho quebrando em alguma parte atrás dela há vez voltar a realidade, com o coração a mil ela continuou andando se recusando olha para trás e vê o que era a causa do barulho, olhou no relógio de pulso que usava, faltavam poucos minutos para seis o sol já devia ter se posto porém nunca conseguiria dizer com o céu do jeito que estava.

Pouco mais a frente o caminho se fechava novamente, havia menos poste de luz deste lado deixando mais brechas escuras no caminho, virou à direita em um caminho que não era nada mais que uma trilha no meio das árvores e arbustos, o chão não era pavimentado mas coberto de pedras pequenas e grande colocadas sobre a terra, aqui e ali podia-se vê grama crescendo entre elas. O solado da sapatilha que usava fazia pouco ruído enquanto andava, a trilha levava a um dos portões laterais do parque, poucas pessoas o conheciam, menos ainda gostavam de usa-lo principalmente durante a noite, apenas um pequeno poste de luz amarela cada cinco metros iluminavam o caminho.

Estava nervosa,não sabia o porquê de suas reações naquele momento, estava com medo, cada poucos passos olhavam ao redor para se certificar que não tinha ninguém por perto, os nervos já estavam a flor da pele estava deixando cada vez mais estressada e a cada passo que dava a sensação de estar sendo seguida só aumentava.

Ao passar por um suave curva para a esquerda na trilha já podia ver as luzes da rua lhe dando as boas vindas, apesar de ainda ser cedo poucos carros passavam pelo local. Uma onda de alívio começou espalhar pelo seu corpo, logo estarei em casa e irei desse sair desse lugar tenebroso, pensou aliviada já podia tá sentir o jato de água quente do seu chuveiro massageando suas costas em um banho relaxante, e depois comeria o ultimo pedaço do bolo de chocolate que estava na geladeira e...

Faltavam apenas alguns metros para alcançar o portão, mas alguma coisa fez parar, todo o seu corpo estava rígido e parado no meio do passo, a sensação de alívio já não estava mais ali em seu lugar tinha se espalhado medo tão profundo que beirava o pânico. Lágrimas queimavam em seus olhos, a boca estava seca e podia ouvir cada batida forte de seu frenético coração.

Mal podia mexer a cabeça para olhar pros lados, as luzes estavam se apagando uma a uma lhe deixando em total escuridão, um som atrás de si lhe informou que não estava mais sozinha, era um som pesado como se alguma coisa grande e se aproximando, o barulho de galhos secos se quebrando se mesclava com um barulho ainda mais seco de dentes batendo, todo seu corpo gritava para correr, a adrenalina percorria suas veias como fogo, não sabia o que estava se aproximando, tudo o que sabia que queria sair daquele maldito lugar antes que a coisa chegasse mais perto, apesar do frio que parecia ficar mais forte a cada instante sentiu suor correndo pelo pescoço, com muito esforço conseguiu dar um passo em direção à portão enferrujado, sentiu como se tivesse uma rede a segurando no lugar.

O pânico ameaçava toma-lhe todo corpo, tinha que escapar de algum modo, lágrimas escorriam pelo rosto livremente agora, quando pensou que estava tudo perdido escutou o som de um tecido começando a se rasgar, todo o corpo tremia como força que estava fazendo, O que quer que a estava prendendo estava a poucos passos agora, respirou fundo e com muito esforço conseguiu afastar um pouco do medo e se concentrar em colocar força para se impulsionar para frente. Só um pouco, apenas mais pouco de força sua mente gritava para o corpo, finalmente o que a prendia se rasgou com um som alto, todo seu corpo caiu no chão úmido, a cabeça girava e respira estava difícil, mesmo assim tudo o que queria era correr naquele lugar o mais rápido possível. Estava escorregando, tropeçando e caindo, mal conseguia ficar de pé mas o medo que dava forças para continuar.

Não ousava olhar pra traz.

O sangue martelava em seus ouvidos quando finalmente alcançou o portão de ferro, seus dedos estavam dormentes, alguns segundos preciosos passaram enquanto tentava forçar o ferrolho velho enferrujado a se mover, já podia sentir a respiração quente mal cheirosa se aproximando, quando finalmente o ferrolho cedeu se jogou pesadamente na calçada forçando o seu corpo a se afastar cada vez mais daquele maldito lugar e do que quer que estivesse ali.

Quando finalmente olhou pra onde tinha vindo não havia nada, nem mesmo um único sinal do monstro que a estava seguindo.

Não havia absolutamente nada.

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