Do Sol, que gera vida, mas a tirará
O sofrido, sobre os pés enlameados,
Sobre a terra barrenta e vermelha,
O seco Severino da seca
Tem na esperança do verde
Alimentar os filhos seus,
Dar aos sucessores
O que diante da seca e seus horrores
Não puderam seus antepassados,
Agora sob o mesmo barro
Que provém alimentos,
Que não os fora em vossa época presente
Dado abundante ou de bom grado
Gerando a fome que faz ruir,
A sede que não cessa sem a chuva,
Assim como o pranto de viúvas,
Da seca vida do seco Severino,
Não há hino,
Não rimos,
A tristeza que prepondera,
Só a esperança há de ofuscar,
Só quando as nuvens enxercadas,
Caírem em eterno pranto,
Por todos os secos Severinos,
O sertão não há de virar mar,
Mas o verde, preponderar-se-á
E trará em nuvens cinzentas,
A esperança relenta,
Que o barro seco não produz,
Mas que todos do Sertão,
De suas cicatrizes e marcas,
Reluz na vida amarga,
A felicidade da vitória
E a vivência de sua glória