Scream (Em Andamento)
adriano
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 12/10/16 05:11
Editado: 12/10/16 05:12
Qtd. de Capítulos: 1
Cap. Postado: 12/10/16 05:11
Cap. Editado: 12/10/16 05:12
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 15min a 20min
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Palavras: 2438
Não recomendado para menores de dezoito anos
Scream
Notas de Cabeçalho

— Boa leitura.

Já são 3:36? Arco I: Conspiração

A noite seria incrível, Beatrice sabia disso. Seus cabelos dourados caiam em seus ombros como uma linda cascata dourada, pulando e magicamente parecendo se ajeitar do jeito que ela queria enquanto ela parava. Perfeição sempre fora algo presente na família Scotte, uma das mais bem vistas e requisitadas da cidade. Adam Scotte era o proprietário de Lótus, uma gigante produtora musical, feita antes de qualquer um dos seus três filhos nascer. Trix fora a única deles a realmente se interessar por música e ter uma voz ‘’dos anjos’’ — de acordo com Riley Winter, sua melhor amiga, também conhecida como ‘’cúmplice’’, por sempre seguir Trix em qualquer lugar que ela fosse.

Finalmente havia conseguido convencer seu pai a deixa-la uma noite sozinha, mas aquela era especial, pela primeira vez em tempos estava realmente sozinha — sem seus irmãos —, acompanhada de seu namorado Gregory Mctunner, filho mais velho de Diana Mctunner, dona da um bar falido no centro da cidade.

Greg estava atrasado, ela não sabia o motivo, apesar de um completo distraído, era raro ele se atrasar para alguma coisa, por alguns segundos ela chegou até mesmo a pensar que ele não viria, mas sabia que ele não faria isso com ela, ou faria? Bom, não importa.

A sala de Trix era extremamente grande, uma lareira gigantesca enfeitava a televisão grudada bem ao alto, as paredes brancas eram apenas um complemento para aquele tapete enorme que ia de um sofá ao outro. De tom bege, os sofás faziam a combinação perfeita com os azulejos da sala. A enorme televisão exibia um filme de terror, o gênero favorito dela — mesmo tentando esconder isso das outras garotas da escola, que achavam esses tipos de filme ‘’coisa de garoto’’, mas ela sempre tentava rebater com o mesmo argumento de que filme não é pessoa pra escolher sexo, sempre em vão. — Apesar da enrolação extrema de Greg para chegar em casa, ela estava aproveitando bastante a noite. Seu pijama era rosa, uma regata de ceda com um shorts bem curto e de mesmo tom, ela era como uma Barbie bulímica.

Trix estendeu seu braço direito até o telefone e discou o número de Riley na tentativa de saber o paradeiro de Greg que ainda não havia chegado. O telefone do garoto só dava caixa postal, sua única chance era Riley, a garota mais próxima a eles que conhecia.

Beatrice? — Perguntou a garota ao outro lado. — Tudo bem?

A garota suspirou.

— Sabe onde Greg se meteu? — Indagou ela carinhosamente. — Não deu as caras aqui até agora, estou preocupada.

Já tentou ligar pra ele?

Trix nem fez questão de responder uma pergunta tão idiota.

Ao perceber que não conseguiria nenhuma informação com ela, se despediu e desligou o telefone. O filme estava perto do final, sabia disso pela fornada de spoilers que havia recebido de Charlotte, sua irmã mais nova. Pelo que ela havia contado, no fim do filme a garota principal descobre que o assassino era seu irmão e que ele...

A linha de raciocínio de Trix foi interrompida por um imenso estouro do lado de fora da casa, ela havia pulado do sofá de tal forma que estava quase caída no chão.

Passou pelo estreito corredor apressada, viu pela janela que uma árvore — não muito longe de sua casa — estava completamente em chamas, ao que parecia, um raio havia caído. Bem, era impressionante, mas não problema dela. Voltou a sala em poucos passos e abriu seu notebook enquanto os créditos finais do filme rolavam em sua gigante televisão de tela plana. Havia recebido uma nova mensagem.

Sempre iremos te proteger.

Trix deu um sorriso ao se familiarizar com o usuário, geralmente não costumava ser tão amoroso como foi nesse exato momento, mas Beatrice tinha grandes planos, se algo desse errado, seria o fim. Era a noite de sua vida. Meia hora havia se passado, outro filme ja havia começou e Gregory ainda não havia chegado, Beatrice estava começando a ficar extremamente estressada com aquela situação. Ela jurou pra si mesma que se ele não viesse, eles terminariam. Não aparecer naquela noite era demais, o fim de tudo.

O telefone tocou, Beatrice estava meio avoada mas não se assustou.

Olá.

— Alô.

Trix deitou enquanto enrolava os fios do telefone nos dedos enquanto deitava no seu gigante sofá, apesar de o céu estar caindo naquela noite chuvosa, ela se sentia extremamente bem, a casa estava quente, a única da cidade de Woodsboro com ar condicionado.

— Quem fala?

Ela sempre desconfiava que seu pai trabalhava com pessoas ‘’erradas’’ para conseguir mais dinheiro, por isso sempre se importava em saber direitinho com quem falava.

Me desculpe, estou apenas procurando alguém pra conversar.

— Acho que vou passar o resto da noite sozinha. — Disse ela em meio a risos. — Vamos lá então.

A voz dele era diferente do que Beatrice estava costumava a ouvir, por alguns segundos, poderia jurar que ouvia uma voz baixa falando por trás da alta que ouvia pelo telefone, mas pensou ser apenas coisa de sua cabeça. Ele parecia ser uma pessoa adorável, mesmo soltando comentários meio estranhos as vezes.

— Eu namoro. — Retrucou a garota. — Estava pensando em me convidar pra sair?

Ele riu.

Só estou tentando puxar assunto. — Admitiu a voz.

— Percebi.

Beatrice quase se levantou procurando o controle da televisão, que descobriu estar jogado em baixo do sofá.

Você gosta de filmes de terror?

— Estava vendo um ótimo agora, é sobre uma garota que é perseguida por um assassino anônimo que sabe todos os seus segredos. — Afirmou Trix.

Ele riu mais que antes.

Que curioso. — Disse ele. — Muito Curioso.

— O que é tão engraçado?

Trix não conseguia entender. A expressão animada pela conversa em seu rosto desapareceu, ela sentou-se e ajeitou seus cabelos dourados atrás das orelhas, olhou para as câmeras moderadamente espalhadas pela sala e voltou a prestar atenção na conversa.

Qual seu nome?

— Por que você quer saber meu nome? — Perguntou sem expressar uma animação em seu rosto como estava anteriormente.

Trix levantou.

É que eu quero saber para quem eu estou olhando.

Um súbito calor nasceu no peito de Trix, nunca havia sentido uma sensação daquelas, era desastrosamente indescritível.

— O que foi que você disse? — Indagou a garota enquanto aumentava o tom de voz.

É que eu quero saber com quem eu estou falando. — Corrigiu.

Sem pestanejar, Beatrice correu para a porta da casa, checou um pequeno painel touch grudado ao lado dela e ativou o sistema de segurança, o barulho de todas as portas e janelas da casa dela se trancando simultaneamente a fizeram se sentir vezes mais segura. Suas mãos estavam suando, ela estava começando a ficar extremamente nervosa.

— Eu preciso desligar. — Disse Trix.

Me ajuda. — Gritou uma voz ao fundo quase que instantaneamente ao comentário da garota. — Socorro.

Era Gregory, poderia reconhecer a voz dele em qualquer lugar. Poderia ser um dos capangas dos inimigos do pai dele, até mesmo seu irmão Nathan. Um trote. Só poderia ser um trote, tinha que ser um trote.

— O que foi que você fez com ele? — Gritou ela enquanto lágrimas jorravam como cachoeiras de seus olhos. — Eu sabia que tinha algo errado.

As gargalhadas da voz tomaram conta do ouvido de Beatrice como duas facas.

Mas ficar sentada em casa sem fazer nada era bem mais fácil que sair para procurá-lo. — Comentou a voz. — Vamos jogar um jogo, é bem simples, eu vou te fazer perguntas, se você errar, ele morre, se acertar, ele vive.

O rosto de Beatrice estava completamente vermelho, estava começando a ter uma ideia sobre o que poderia fazer para escapar, porém, não poderia deixar Greg ser assassinado. Ela poderia jogar e salvar ambos, ou errar e matar os dois, se fugisse, Greg morreria, mas sairia viva. Sua cabeça estava à mil, quase explodindo, ela deveria tomar uma importante decisão, isso mudaria sua vida para sempre.

A garota agarrou seu notebook e correu para o andar de cima da casa, a escada era quase em espiral, havia um portão no meio dela, seu pai sempre dissera para Beatrice subir as escadas e trancar aquele portão pelo painel eletrônico na parede, sendo assim, estaria completamente segura, constando que quando aquele portão se trancava, ficava completamente presa no andar de cima, sendo assim, nada entraria — ou sairia —.

O corredor não era muito grande, ela bateu a porta do quarto e usou suas digitais para trancar a porta, estava completamente segura lá dentro. Seu quarto era branco, abarrotado de livros de terror e filmes sobre assassinos em série. Não havia nada demais nele, suas cortinas eram escuras e davam para uma linda vista das outras casas, o armário dela também estava trancado. Havia alguns enfeites rosas pendurados em cima do seu computador de mesa.

O relógio está rodando, Trixie. — Ela podia ouvir os gritos de desespero de Gregory no fundo da ligação. — A vida dele não parece ser tão valiosa assim como eu pensei.

Ela tinha certeza que o conhecia, a voz era extremamente familiar. Mas, pra falar a verdade, ela não tinha nem mesmo certeza se estava falando de um homem.

— 53664. — Disse Trix para si mesma. — Esse era o código de segurança que tinha que apertar no painel eletrônico de seu quarto. Era simples. Vamos, Beatrice. — 53664.

Senha inválida.

E tentou novamente.

Senha inválida.

Você achou mesmo que eu não pensaria nisso? — Falou a voz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Eu estou em todos os lugares. Eu sei de tudo.

Acho que você não quer jogar. — Ela ouviu um barulho metálico tomar conta de seus ouvidos, como se algo extremamente afiado estivesse passando pelo ar e ela conseguisse ouvir isso. E então os gritos de Greg ecoaram pelo ar, o barulho da faca atravessando a carne de Gregory era como tortura para garota. — A brincadeira acabou, vadia.

Trix encerrou a chamada enquanto chorava e socava a porta, Gregory estava morto. Seus cabelos estavam grudados em sua testa pelo suor, uma mecha estava quase dentro de sua garganta. Ela gritava em desespero, não sabia o que sentir ou fazer. Ela havia — mesmo que indiretamente — matado seu próprio namorado e ficaria com o peso na consciência pro resto da vida. Só de pensar que nunca mais sentiria o perfume doce dele enquanto deitava em seus braços, ver o seu sorriso lindo todo dia de manhã antes e durante as aulas, ver o seu cabelo louro delicadamente ajeitado pra cima com pomada modeladora, ela estava completamente sem reação. Mas algo era certo, ela deveria contra-atacar.

Empresa de segurança Marion Crane, você fala com Norman. — Disse o atendente em tom extremamente adorável e sério. — Em que posso ajuda-la?

A garota soluçou.

— Preciso que você rastreie uma ligação pra mim. — Respondeu Trix em meio a engasgos.

Ela estava tão distraída que não percebeu a figura que saia de dentro do seu armário, que se abria de forma absolutamente silenciosa. Usava uma longa capa que ia até seus pés, que calçavam uma gigante bota preta, o capuz de sua capa cobria sua cabeça por completo. Sua máscara era fina, de plástico, era uma espécie de fantasma, com uma gigante boca e olhos totalmente negros. De suas mangas, uma densa luva de couro preta surgia uma pequena faca, quase do tamanho de uma mão, delicadamente bordada e afiada. Aproximando cada vez mais da Beatrice, que ainda estava quase de bruços no chão falando ao telefone.

Nós rastreamos a ligação... — Ela se levantou ao ouvir o barulho de uma espécie de botão sendo apertado, uma angustia enorme cresceu em seu peito. — Está vindo das suas costas.

Ela pulou. O atendente era a pessoa da ligação o sequestrador de Greg o tempo todo, como havia sido tão estupida? Norman, instituição Marion Crane, eram todas referências a Psicose.

Uma dor extrema tomou conta de seu braço esquerdo, Trix gritou enquanto ele tirava a faca de seu corpo. Ela contra-atacou, ignorando a dor conseguiu chutar o assassino a fazê-lo cair em cima de sua mesa com o computador, que caiu no chão e abriu no meio. Ela digitou a senha rapidamente, segurava a facada no braço com sua mão esquerda, seus dedos estavam completamente sujos de sangue, ela não estava aguentando a dor que sentia. O corredor estava completamente escuro, ela não percebeu que a escada já havia começado e rolou alguns degraus, dando de cara com o portão. Ela digitou a senha de segurança, que dessa vez havia funcionado. O portão das escadas se abriu, ela podia ver o assassino correndo em sua direção, conseguiu trancar o portão novamente, e dessa vez, digitou a senha de segurança que alertava a policia, ele ficou preso na parte de cima da casa, Trix do outro lado, segura. Ele chutava o portão de forma desesperada, tentando abri-lo de qualquer maneira, mas Beatrice sabia que seu pai investia pesado na segurança da casa, era impossível abrir à mão enquanto o sistema estivesse ligado.

Foi então que ele parou de tentar, os gigantes olhos negros de sua máscara de borracha a encaravam de forma horrenda. Trix estava apavorada. Ele olhou para a escrivaninha com apenas uma gaveta no corredor, enfiou a mão esquerda dentro da capa e tirou uma pequena chave. Ele sabia do segredo. Casas como aquela sempre tinha funções de segurança, a de Beatrice era fazer com que toda a iluminação — e sistema de segurança — fossem desligados quando uma pequena chave fosse introduzida na gaveta da escrivaninha, que, dentro dela, continha um botão que desligava as luzes da casa toda.

Quando ela percebeu isso, correu escada a baixo. As luzes se apagaram, o assassino abriu o portão. Trix abriu a porta de entrada da casa, sua primeira visão foi o corpo morto de Gregory jogado no chão, de olhos fechados e com as mãos e pés amarrados ao lado da piscina.

O assassino atirou a faca nas costas de Beatrice, que caiu no chão enquanto gritava de dor, nenhum de seus vizinhos pareciam estar ouvindo, já era muito tarde. Ele se aproximou, tirou a faca ensanguentada das costas da garota e a introduziu novamente em um local próximo, o barulho da carne de Trixie sendo dilacerada era como vitória pra ele.

Beatrice estava nos segundos finais de vida enquanto era arrastada pelo assassino, que colocava suas mãos no pescoço dela. O rosto da garota ficou vermelho, sangue saia pela sua boca. Foi então que ela fechou os olhos pela última vez, era o fim, não havia mais motivos para ficar em pânico.

Ele a puxou pelos braços e a levou pelo meio da floresta de pinheiros. Ele sabia, não.... Tinha certeza de que o que aconteceu com ela era apenas uma amostra do que realmente estaria por vir, afinal, a noite foi incrível, e Beatrice soube disso.

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