Finalmente chegou o grande dia! Meu aniversário de quinze anos! Não podia perder tempo. Levantei-me rápido e comecei a me arrumar, quando ouvi passos se aproximando da porta do meu quarto.
Eu estava sozinha e podia ouvir uma estranha canção cantada por crianças, vozes monótonas e tristes. Senti uma estranha sensação. Tudo estava me parecendo obscuro, amedrontador. Senti que estava sendo observada. Meu quarto, meu refúgio, agora parecia abrigar alguma coisa. Caminhei em passos lentos, a canção estava ficando cada vez mais próxima.
Foi então que eu o vi. Não parecia com nada que eu já tivesse visto antes. Lançou-me um sorriso sarcástico e um olhar cruel. Tinha luvas nas mãos com uma espécie de garras afiadas e terrivelmente assustadoras. Seu rosto parecia ter sido queimado e ele usava um suéter desgastado e um chapéu.
- Quem é você? - tentei perguntar, mas a voz não saiu, ele leu a pergunta em meus lábios.
- Eu sou o seu pior pesadelo! - ele respondeu.
Minha única reação foi usar o limite da minha coragem e correr, o mais depressa que pude, pegar um facão na cozinha e me esconder atrás de um balcão.
Ouvi seus passos se aproximando novamente. A canção ficou clara e pude decifrar o que aquelas crinças diziam, algo como: "1, 2, o Freddy vem vindo atrás de você..."
- Quanto mais você se esconde, mais o mal lhe caça, querida... - sussurrou ele, e quando passou pelo balcão onde eu me escondia, corri em sua direção e enfiei o facão em seu peito.
A princípio, ele ficou sem reação, foi pego de surpresa. Me aproximei e disse-lhe ao ouvido:
- Te vejo no inferno!
Ele arrancou o facão do peito, e não parecia estar machucado, sorriu e me respondeu:
- Diga a eles que foi o Freddy que te mandou para lá!
Levantou suas garras e num último instante ouvi um grito ensurdecedor. Percebi que saía da minha própria garganta, rasgando tanto quanto aquelas garras em meu peito. No minuto que se antecedeu à minha morte, acordei em minha cama. Estava coberta de sangue. Estivera sonhando, um pesadelo mortal e agora estava morrendo. Ainda pude ouvir sua voz que dizia:
- O mal nunca morre...Ele encontra um novo lar!