Quando li o título da obra, senti que ela iria dar um tapa da minha cara. Mas quando terminei, vi que estava terrivelmente enganada. Não foi um tapa na cara, mas sim, na alma.
Mesmo que breve, o poema consegue mostrar com maestria até onde estamos dispostos a ir para sermos reconhecidos. Em alguns momentos, lembrei-me dos padrões de beleza impostos pela sociedade e de quantas pessoas mergulham de cabeça neles, sem imaginar as consequências, pois somente querem serem vistos, reconhecidos e amados. E, nem sempre, esses esforços são vistos. Às vezes, eles são tão transparentes quanto o ar.
A frase "Você é antigo na dor" da música Solitária, também permeou por meu pensar, pelo simples fato de que, para agir como o eu-lírico do poema, muitas marcas na alma devem ser feitas, o que só pode acontecer com um período de tempo mais longo. Acredito que tenha sido por este motivo que me recordei da frase.
É cruel o modo como o mundo nos vê e é ainda mais triste como nos vemos perante o mundo. Parece que não passamos de pessoas pequenas, dispostas a fazer tudo para nos sentirmos necessários. Mas, me diz: que culpa temos? Nem todo mundo nasce sendo amado e querido; nem todo mundo vive plenamente e feliz. Sentimentos que enchem a alma, são altamente perigosos, sejam eles bons e ruins.
Eu poderia escrever uma resenha sobre essa obra, sinceramente, pois nos mostra tanto ângulos de um único ponto de vista. Meus parabéns pela obra sensacional, Flavinha!