Antigamente naquela casa havia
Um lindo garotinho e sua família
Sua mãe o amava e protegia
E a felicidade era constante. Todavia,
Após a morte dela devido ao câncer repentino,
Seu pai mudou da água para o vinho
A culpa da perda ao infante atribuiu
Pois fora a gestação que a saúde consumiu,
Embora aquela mulher fragilizada
Jamais ao esperado filho condenara.
Todo o tempo, o menino sofrera calado
O repúdio de seu progenitor inconsolável.
Sua fuga era singela e única:
Uma simplória caixinha de música.
Carinho, amor e paz;
Ansiava aquilo que não tinha mais
E seu desejo só se cumpria
Quando aquele objeto se abria
E um mundo feliz ressurgia
Durante aquela breve melodia...
Entretanto, dia após dia,
Seu martírio persistia
Até a vez em que seu pai extrapolou:
Com a caixinha o golpeou
Seu crânio em uma parte afundou
Um jato de sangue se projetou
Junto com a canção que tocou
Toda estranha e distorcida
Enquanto a criança se contorcia
E conforme seu coração parava,
A tenobrosa sonoridade acabara.
O homem, subitamente enlouquecido,
Acabou cometendo suicídio...
Muito tempo já se passou
E o menino jamais descansou:
Mesmo com a casa totalmente vazia
Ainda se escuta a triste melodia,
Suaves notas musicais ao vento
Que passa do nada lá dentro
A ressoar assustadoramente baixinho
Junto com o pranto do garotinho...