Lentamente as gotas de água caem no céu escuro em pleno fim de tarde, trazendo lamúrias de uma vida que não teve solução.
O ar denso em meio a tarde nublada, deixa cair as gotas de água, a luz dos raios solares iluminam meu rosto, o barulho de trovões me ensurdecem aos poucos.
Cai a água do céu lentamente, veja querido, as nuvens densas choram a perda de cada partícula de seus corpos tão singulares.São como nós, sempre juntas, densas e únicas.
Mas aos poucos se dissipam em meio ao ar.
Olho mais uma vez ao meu redor, o cenário me encanta, seria tudo perfeito se o céu deixasse de lamentar, mas o dia já amanheceu nublado.
Haviam neblinas que me cegaram, além da geada que congelou minha alma.
O céu lamenta em prantos, o que eu lamento em silêncio, deixando-me banhar pelas gotas dessa água cristalina enquanto sinto o cheiro de grama e terra molhada.
Agora você deve estar feliz, meu bem, ficará no meio da terra e a grama crescerá a sua volta.
Deixarei de lamentar quando o sol voltar a me aquecer, prometo-te e você sabe que sempre cumpro minhas promessas.
Talvez isso jamais aconteça, afinal o céu sempre será nublado em minha vida.
Você sabe, eu sou como a água: volúvel, inconstante e lentamente desabo nessa terra úmida que te guarda, não consigo acreditar na lápide que mantém seu nome.
Você era como o sol, sem seu calor constante a minha geada jamais vai parar...