Cl(amor)
Giordano
Tipo: Lírico
Postado: 25/09/16 11:16
Editado: 25/09/16 11:22
Avaliação: 9.85
Tempo de Leitura: 2min
Apreciadores: 8
Comentários: 4
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Palavras: 358
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Então, eu meio que tinha decidido não participar deste desafio, mas depois que no grupo a Eduarda disse para uma Arara "desliga a tv", eu me dei conta do quanto a tv nos agride ao definir e redefinir o que gostamos, o que é bom, o que deve ser lido, visto, noticiado, afinal, o que é esse poder todo da tv?!

Então este poema é para todos que se sentem tristes de algum modo por não se encaixarem de alguma forma num inalcançável e irreal padrão que, aqui é entre nós, não poderia ser mais chato.

Capítulo Único Cl(amor)

Moça, desliga essa tevê

Que teu cabelo crespo é tão belo

E esse envolto dele no teu rosto

Faz dos teus cachos tão mais originais

Que aquele loiro vendido nos comerciais.

Moça, desliga a tevê

Que quando mostram só homens decidindo o futuro do país

E, por um mero acaso, são todos caucasianos,

Vão te gritar que é tudo uma questão de mérito

E que os que lá estão são aptos aos seus respectivos cargos,

Mas aí não te esqueças

Que as mulheres sãos mais da metade de população,

Que os "de cores" são maioria percentual

E, ainda sim, tão poucos estão por lá...

Parece que comprovamos a burrice destas minorias sociais,

Todos acéfalos, mimizentos, sem capacidade de conquistarem o próprio pão!

Moça, desliga essa tevê

Que o moço que tu eras não tem culpa de não se identificar com o corpo,

Que somos apenas uma parte da nossa própria identidade

E não se identificar com o que é presente

É só um indício de querer mudança.

Moça, desliga essa tevê,

Levanta e rema contra a maré

Que o que te faz engasgar e lacrimejar os olhos,

O que te impede de ser quem és

Cairá com as barricadas.

Os riscos que te mancham a alma,

Os xingamentos e infortúnios atrasos

Cairão com as máscaras de que somos nossa aparência.

Moça, levanta,

Que quem luta contra teu direito

Assina os termos e decretos de uma cadeira confortável

E não tem intenção em compreender o que gritas por dentro.

Moça, a luta é por aceitação

É por saberes quem és

E para que não exista quem diga que "não, não és não",

É por aceitar que amor é aquilo que transborda o outro,

É o olhar carinhoso, o afeto de um abraço, um suspiro aliviado.

Os conflitos cessarão,

Tua imagem será só tua,

Um dia, quando a luta for compreendida

Os sarcasmos e deturpações serão passado

A tevê deixará de estereotipar tua imagem,

De desincentivar tua causa

E teu mérito será poder ser.

Um dia, quando ser for permitido

O "estar" nas ruas será desinibido

E o incessante cl(amor)

Será ouvido sem qualquer difamação,

Sem sprays, canetadas ou agressão.

❖❖❖
Notas de Rodapé

p.s.: a Vic canta bem.

Apreciadores (8)
Comentários (4)
Comentário Favorito
Postado 25/09/16 18:10

Amei! Ideia genial! E o melhor de tudo: foi um texto muito agradável de se ler. Às vezes, quando encontramos muitas críticas dentro da obra, a mesma acaba ficando meio pesada. Mas não foi o caso. Você administrou o Português muito bem, o que fez o texto fluir lindamente. Além disso, usou uma linguagem do dia a dia, que combina com o tema.

Obra maravilhosa, excelente. Muito bem bolada e bem escrita. Daquelas que todos deveriam ler. Meus mais sinceros parabéns pelo texto, ficou incrível!

Postado 25/09/16 18:30

Poxa. fico extremamente feliz com este teu comentário, Aye! ^^

Muito obrigado. :D

Postado 25/09/16 20:55

Eu sei quais são suas verdadeiras intenções com esse poema. Você quer lutar comigo pela vitória do DQ.

P.s: Eu não queria o destaque mesmo... T.T

Postado 25/09/16 21:49

Que absurdo isso que você falou :(

Postado 25/09/16 21:50

<3

Postado 28/09/16 20:38

Vic canta bem bagarai. Lindamente igual teu poema.

Postado 02/10/16 19:35

Sem palavras, só posso dizer que ficou perfeito, Gio! <3

Parabéns!

Postado 02/10/16 20:45

Obrigado, eterna senhorita bolinho. :3

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