Diante de nossas vidas
Ternas ou amargas,
Efêmeras e passageiras,
Únicas, imaculáveis e incidentes,
Umas sobre as outras
E dos outros aos demais,
Iremos, por instância final,
Independente das ânsias e heranças,
Estremecer, apesar de subterfúgios,
Perante nossa temporalidade.
Impiedosa, contínua e, ainda sim, relativa.
Diante do incontestável e derradeiro túmulo
Que seja eterno enquanto dure
Que vossos corações,
Nossos e de todos que se ponham em tal situação
Sejam sentidos, tal qual beijos e intenções
Representados em poesias e cantigas,
E sejam para sempre marcados.
Tempo, faz-se presente e consistente.
Quando se amas e é amado,
Nesses singulares momentos,
Ah, ele é contigo prisioneiro,
De sentimentos e recordações,
É vulnerável e maleável,
Nessas tuas, tão exuberantes, recordações
Das mais sentidas paixões.