Foi tudo muito estranho naquela tarde. Como se houvesse muito mais de você em mim que em seu próprio corpo (que estava estático em minha frente, a me olhar de cima à baixo). Tudo o que eu conseguia fazer era pensar em como seria maravilhoso se eu congelasse aquela sua imagem só para olhá-la por mais tempo… num lapso te ouvi: “eeeei”. Sim caríssimo, parei de te ouvir logo depois que você me cumprimentou e sorriu (e, que droga, você sorriu). Mas claro que eu não te deixaria à par desse desmantelamento cognitivo que me acomete sempre que te vejo sorrir . Antes, concordei com sei lá o quê que você falou e, novamente, te deixei escapar por entre meus dedos. Queria mesmo sua companhia, queria mesmo te dizer que tá tudo um saco, e queria mesmo te abraçar (como que por instinto).
Mas se o fizesse não seria eu, sendo assim…“oh,eu estou atrasada também”, “claro, está tudo indo bem” , mas pior mesmo foi não sentir o seu abraço por mais um dia, dentre tantos outros dias em que meus lábios sorriam e, internamente, inteiramente, eu jazia.